O padrão de TV digital nipo-brasileiro poderá ser adotado por 17 países da África. De acordo com o assessor especial da presidência da república para o assunto, André Barbosa, os técnicos que foram escalados pelos 11 países africanos ligados à Comissão para o Desenvolvimento da África Austral (Southern Africa Develop Commission – SADC) já fizeram testes preliminares e deram aval ao sistema nipo-brasileiro, o ISDB-T.
"Funcionou perfeitamente. Agora, os técnicos vão apresentar as conclusões aos ministros. A Europa sabe que vai perder essa concorrência porque nosso sistema é muito melhor [que o padrão europeu DVBT]", disse Barbosa, ressaltando que tinha certeza que os técnicos chegariam à conclusão de que o sistema nipo-brasileiro de TV digital é superior ao europeu.
Segundo ele, a superioridade do padrão nipo-brasileiro se deve principalmente ao potencial de interatividade. "Para os africanos, nosso padrão será muito mais interessante, principalmente porque associa a TV digital a uma interatividade que, no caso do padrão europeu, é muito mais limitada."
Barbosa argumenta que o tipo de interatividade proporcionada pelo padrão ISDB-T é interessante para países que, como a maioria dos africanos e alguns latino-americanos, possuem estrutura razoável de broadcasting televisivo mas não têm, ainda, a internet de banda larga implantada. Além disso, o padrão europeu apresenta falhas na conexão com celulares, segundo Barbosa.
Ele diz que, sabendo disso, os europeus criaram um outro sistema mais moderno, o DVBT 2, mas que só foi implantado na Inglaterra. "O problema é que o DVBT 2 é muito caro, principalmente para os padrões africanos." O assessor explica que o novo sistema europeu custa cerca de 240 euros para o telespectador, enquanto que o sistema brasileiro sai por cerca de R$ 200 (menos de 100 euros).
A previsão é de que a decisão final sobre o padrão a ser adotado pelos países africanos que participam das negociações seja tomada a partir de setembro, após a apresentação das conclusões na próxima reunião da SADC. "Apesar de não haver nenhuma obrigação de que a decisão seja tomada em bloco, acreditamos que esta será a tendência, uma vez que, até pela proximidade, esses países precisam ter seus sistemas em condições de ser integrados", avaliou Barbosa. "Nossa expectativa é convencer todos os 11 países ligados ao bloco. Mas, com a influência deles nos países vizinhos, é possível que o sistema seja adotado por cerca de 15 países, podendo chegar a 17, abrangendo também países como Quênia, Tanzânia e Guiné Equatorial", completou. As informações são da Agência Brasil.
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