O mercado de PCS segue em alta no Brasil. Nos primeiros três meses de 2021, foram vendidos 1.772.417 computadores, o que significa um crescimento de 19,7% em relação ao mesmo período de 2020, que já tinha sido bom para o setor em função da forte demanda causada pela pandemia. A alta mais expressiva – 24,4% – ocorreu no mercado corporativo, que respondeu por 681.930 máquinas, enquanto o varejo ficou com 1.090.487 equipamentos e crescimento de 17% ano contra ano. Os dados são do IDC Brazil PCs Tracker 1Q2021, estudo da IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.
Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa e consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, chama atenção para o crescimento de 24,4% do mercado corporativo. "Esse número corrobora o que muitos fabricantes têm comentado sobre o comportamento de pequenas, médias e grandes empresas, que repetiram o movimento do início da pandemia, especialmente pela corrida por notebooks para o home office". Além disso, segundo Sakis, "as entregas de projetos para o governo e para a educação seguiram forte, confirmando uma tendência que a IDC já vinha apontando".
Segundo o estudo da IDC Brasil, o varejo também se manteve aquecido e ainda pelas demandas geradas pelo home office, aulas remotas e entretenimento. Os notebooks continuaram tendo a preferência: das 1.090.487 máquinas destinadas ao consumidor final no 1º trimestre de 2021, 944.753 foram portáteis e 145.734 foram desktops.
Quanto aos preços, foram impactados pelo ajuste do ICMS no começo de janeiro e ficaram cerca de 20% mais caros. No primeiro trimestre do ano passado, um desktop custava, em média R$3.146 e um notebook R$3.692. Nos três primeiros meses de 2021, os preços médios foram para R$3.842 e R$4.450, alta de 22,1% e 20,5%, respectivamente, segundo a IDC Brasil. Com o aumento nas vendas e nos preços, a receita total do mercado de computadores cresceu 45,9% e chegou a R$6,66 bilhões.
Outro tema muito forte do ano passado e que se manteve no primeiro trimestre de 2021 foi a falta de componentes e, consequentemente, de produtos. Segundo a IDC Brasil essa situação pode se prolongar até o final deste ano ou até o ano que vem. "Isso não impede o mercado de continuar crescendo, mas atrapalha, pois se de um lado temos uma demanda crescente e muito forte, por outro vemos dificuldade na oferta, já que a produção global de componentes e microprocessadores continua bastante comprometida", explica Sakis.