Com mais da metade dos aplicativos baseados em software livre, a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) está ampliando neste ano parte do desenvolvimento de novas aplicações com a utilização de ferramentas de código aberto e planeja substituir o Windows 98 dos 126 microcomputadores mais obsoletos por Linux. "É uma forma de dar uma sobrevida aos equipamentos", conta o gerente de informática da Trensurb, Newton Rodrigues Junior.
A empresa utiliza 30 programas distintos, sete deles estão em todos os computadores, 21 nos servidores e outros dois foram instalados apenas em algumas máquinas. A maioria dos servidores usa o sistema operacional Linux e o site da Trensurb é todo desenvolvido com ferramentas e banco de dados de código aberto.
Segundo o administrador de redes da Trensurb, Rodrigo Rocha, chega a 68,2% o índice que corresponde ao uso do software livre em relação aos aplicativos padrão utilizados. A Gerência de Informática (Geinf) está se adequando às normas e diretrizes definidas pelo governo federal em relação ao uso do software livre por meio dos projetos e-Ping, que estabelece os padrões de interoperabilidade de governo eletrônico, e Guia Livre, referência de migração para software livre.
"Começamos com software livre na Trensurb em 2003 e sempre fomos muito críticos em não utilizá-los apenas para atender às orientações do governo federal e sim sempre que se mostrar tão eficaz quanto o software proprietário equivalente", defende Rodrigues Junior.
O gerente de informática da Trensurb explica que a economia financeira é uma conseqüência, como no caso da utilização do livre OpenOffice, com o qual a empresa não precisa investir aproximadamente R$ 1,4 mil em cada licença do
MicroSoft Office. "Se multiplicarmos essa quantia por 400 computadores a economia só com a aquisição logo aparece, R$ 560 mil|", calcula Rodrigues Junior. "E nem estamos contabilizando o custo anual com as atualizações".