O segundo dia de VMworld 2018 que aconteceu nesta terça-feira, 28, em Las Vegas foi aberto por Sanjay Poonen, COO de Customer Operations da VMware. O executivo relembrou a missão da empresa em ser a "fundação digital" (Digital Foundation) para as corporações no mundo, habilitando usuários a acessarem qualquer aplicação, em qualquer nuvem por meio de qualquer dispositivo, além do foco da companhia para os próximos anos em avançar mais rapidamente nos domínios de gestão de multi nuvens (multi clouds) e SDNs (Software Defined Networks).
A VMWare anunciou no segundo dia de seu evento anual VMWorld 2018 a aposta em Kubernetes. Quem trabalha ou se interessa por TI certamente já ouviu esta palavra em algum lugar pelo menos uma vez nos últimos 3 ou 4 anos. Segundo a Wikipedia, Kubernetes é um sistema (open source) de orquestração de contêineres que automatiza a implantação, o dimensionamento e a gestão de aplicações. Esta tecnologia originalmente projetada pelo Google foi disponibilizada ao mercado e agora mantida pela Cloud Native Computing Foundation, uma comunidade que vem crescendo rapidamente.
Mas o que são Contêineres? Não há uma resposta curta para explicar, mas a grosso modo, é uma forma de encapsular aplicações, ou seja, instâncias que rodam em um host (físico ou virtual), com recursos específicos e isolados e que permitem maior portabilidade da aplicação para diferentes ambientes, desde que o sistema operacional do ambiente na qual o contêiner seja movido seja também compatível e preparado para rodá-los. Neste caso, VMWare, algumas versões de Linux, sistemas mais recentes da Microsoft e, claro Google e AWS são exemplos de ambientes já preparados para contêineres. Outra vantagem é que já que contêineres não requerem um sistema operacional próprio, tendem a consumir menos recursos e que só são utilizados quando a aplicação solicita.
Mas porque essa aposta é importante para a VMWare? Basta buscar no Google pelo termo "Conteiners vs. Virtual Machines" e mais de 14 milhões de resultados são disponibilizados. Por terem muitas semelhanças, e ser algo novo, ainda há muita confusão no mercado e fala-se muito em uma competição entre as tecnologias de máquinas virtuais e contêineres. Qual a melhor em quais casos? Segundo André Andriolli, Sênior Director de Engenharia de Sistemas da VMWare para América Latina, "não se trata de um ou outro… é um e outro. Ou seja, são tecnologias complementares já que muitos contêineres rodam em cima de máquinas virtuais. Apostando em Kubernetes, a VMWare deixa claro para o mercado que seu real objetivo é dar opções às empresas e garantir que tenham um suporte por trás de sua estratégia de infraestrutura e desenvolvimento de aplicações. Com a solução VMWare PKS, ou "Pivotal Conteiner Service", a ideia é tornar transparente e automatizado o gerenciamento da infraestrutura para os desenvolvedores corporativos, permitindo com que foquem no que realmente importa, que é a aplicação".
Digital Workspace
E falando em gestão e entrega de aplicações, vale destacar também o desejo da VMWare em conquistar mais espaço no emergente mercado de "Digital Workspace" (ou "Software Defined Digital Workspace" como a empresa prefere chamar). Por meio de sua solução Workspace ONE, uma evolução das soluções AirWatch e outras que a VMware já possuía para VDI, a VMWare pretende expandir seus negócios para fora do Datacenter. Segundo Edna Massuda, diretora de End User Computing para América Latina da empresa, "a VMWare ainda é muito lembrada por suas soluções de VDI, devido à sua história, porém, o Workspace ONE vai além disso… Ele permite o controle central dos dispositivos e aplicações entregues para os usuários, garante a segurança e facilita a entrega, melhorando a experiência na ponta". Na visão da executiva, esta iniciativa vem abrindo portas para a VMWare nas áreas de negócios. "End User Computing toca diretamente os usuários. Executivos de TI tem nos convidados mais para conversar com essas áreas para discutir problemas de acesso e entrega de aplicações de forma mais eficiente e segura. É o caso de um grande hospital em que temos falado diretamente com os médicos para entender como dar acesso aos resultados de exames a partir de dispositivos móveis, porém com controle de acesso" completa.
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Reinaldo Roveri, analista de Mercado Independente, sócio da Stratica.