Um levantamento da Kaspersky registrou 1,15 milhão de tentativas de ataque de ransomware na América Latina nos últimos 12 meses – o que representa 2 bloqueios por minuto. As estatísticas ainda trazem o WannaCry na lista de maiores detecções (40,59%), sendo que este grupo está inativo há muito tempo e a liderança destaca apenas que a vulnerabilidade explorada pelo ransomware em 2017 ainda não foi corrigida em muito equipamentos.
O país mais afetado na região é o Brasil com 603 mil tentativas de ataques no período (sendo ele o 4º na lista global). Em seguida, está o Equador com 212 mil (sendo 139 mil deles feitas pelo WannaCry), México (102 mil –8 mil pelo grupo Encoder), Colômbia (80 mil, sendo 48 mil feitos pelo grupo Hive), Chile (46 mil – com 500 desses ataques feitos pelo LockBit) e Peru (31 mil, sendo 2,5 mil feitos pelo Stop).
Os especialistas apontam que a alta atividade do LockBit não se limita ao Chile, pois o ransomware é o 10º na lista de famílias mais usadas nos ataques na região e, em junho, a empresa de segurança revelou que o grupo passou a atacar dispositivos Mac.
Por fim, os especialistas alertam para a profissionalização dos ataques. "Analisando como os criminosos operam, está cada vez mais claro que eles querem garantir que o pagamento da extorsão será realizado. Para isso, a fase do planejamento do ataque está cada vez maior. Há grupos que chegam a infectar o alvo e decidem não realizar o bloqueio no último minuto caso eles vejam que o ataque gerará lucro", avalia Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
O especialista explica ainda que essa estilo de operação cuidadosa justifica a queda de 27% nas tentativas de ataques na América Latina, porém a menor quantidade não muda o fato dessa ser a maior preocupação das empresas.