Rede AdMob, do Google, cresce mais de 700% e chega a 1,18 bi de page views no Brasil

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O Brasil, com 76 milhões de acessos à Internet, é o quinto maior mercado globalmente, atrás apenas da China, EUA, Japão e Índia. Mas não pára por aí. O País registra o segundo maior crescimento de usuários 3G, que hoje chegam a 19 milhões, um aumento de 177% no último ano, e adoção de webphones e smartphones, aliada aos agressivos planos de dados para acesso à web nos dispositivos móveis, está fazendo do País uma potência também no que se refere à Internet móvel.

De acordo com dados apresentados pelo diretor de vendas e publicidade móvel do Google para América Latina, Peter Fernandez, no debate “Mobile marketing: novos caminhos para a popularização”, que encerrou o Fórum Mobile+ nesta quarta, 28, os acessos ao site móvel de buscas do Google cresceram 1.000% nos últimos 12 meses e o padrão de expansão desses acessos é muito parecido com o dos EUA, onde as buscas em dispositivos móveis já representam 35% de todas as pesquisas contabilizadas pelo Google naquele país.

O inventário móvel da AdMob, rede de publicidade móvel da gigante de Internet, também registrou crescimento expressivo 727% entre agosto de 2010 e agosto de 2011 no País, passando de 133 milhões para 1,18 bilhão de pageviews no período, incluindo mobile sites e aplicativos móveis. “Temos mais de 90 mil apps e mobile sites em nossa rede no Brasil e o que podemos perceber é que o total de impressões nos aplicativos móveis chega a ser seis vezes maior do que em mobile sites”, revela Fernandez.

A rede indiana de publicidade móvel, InMobi, que começa a montar escritório próprio no Brasil, mas que já trabalha há um ano com mobile sites e apps brasileiros, também comemora o crescimento da Internet móvel por aqui. “A América Latina como um todo passou de 800 milhões de impressões ao mês em setembro de 2010 para 2,85 bilhões de pageviews de publicidade em setembro deste ano”, compara o diretor de projetos estratégicos da InMobi e responsável pela região latino-americana, Khamir Bhatia. O Brasil, por sua vez, passou de terceiro para segundo maior mercado da região no período, somando sozinho cerca 700 milhões de impressões. A InMob registra globalmente 47 bilhões de impressões ao mês, cerca 1,5 bilhão ao dia.

Redes locais

A chegada de grandes redes globais de publicidade não assusta as empresas nacionais que começaram a atuar nesse mercado, como a Hands e a Redemobi. O diretor executivo da Hands, Edison Maluf, enfatiza que há lugar para todos no mercado. “Entendemos as particularidades do mercado local e trabalhamos em cima de um inventário premium. Não se pode comparar uma rede de tráfego e distribui ‘às cegas’, com o que oferecemos, que é um controle sobre em que sites e aplicativos os anúncios serão exibidos”, avalia Maluf.

A diferença entre os modelos de alto tráfego e premium também está no custo do CPM (custo por mil impressões). Enquanto no primeiro o CPM pode ser de R$ 1, no segundo este custo pode chegar a R$ 80, R$ 90 por mil impressões.

Faltam sites móveis

Embora a Internet móvel no Brasil esteja apresentando bom crescimento, o que se verifica é que faltam anunciantes. Muito também porque as marcas não têm sites móveis. De acordo com Fernandez, do Google, cerca de 79% das empresas não têm mobile sites.

“A realidade é que embora o inventário móvel cresça, a web fixa cresce muito mais rápido em números absolutos. Estamos falando aqui de 20 bilhões de impressões nos sites web convencionais no Brasil e sites móveis não são a prioridade dos anunciantes”, pondera o sócio-diretor da agência especializada em mobilidade F.biz, Marcelo Castelo.

O sócio-diretor geral da Redemobi, Eduardo Fleury, acredita, entretanto, que esse quadro deve mudar. “Estamos conseguindo formar um mundo mobile mais rápido do que com a Internet fixa e a utilização do mobile vai crescer bastante até a Copa do Mundo e a entrada de grandes redes como a AdMob e a InMob devem fomentar a audiência e o desenvolvimento de mobile sites”.

Para tentar atrair anunciantes para o mundo móvel, a Hands oferece a criação de mobile hotsites específicos para campanhas publicitárias a partir da compra de um determinado número de cliques. “Nossa maior batalha é aculturar o mercado. Temos cerca de 150 milhões de impressões em smartphones, mas o mercado, clientes e agências ainda não estão preparados”, conclui Maluf.

A proposta feita pela Redemobi de construção do site mobile e de aplicativos em troca da venda dos espaços publicitários até cobrir o custo do desenvolvimento foi o que atraiu a Climatempo. “Tínhamos um planejamento inicial de cobrir esses custos em um ano e, com apenas 90 dias, a venda de publicidade cumpriu essa meta”, conta o sócio-diretor de negócios e projetos especiais da Climatempo, Renato Urbinder. O site móvel da clima tempo registra 2 milhões de impressões e 1 milhão de usuários únicos por mês e o download de aplicativos somam 360 apps baixados, com média de 30 mil downloads/mês.

“A maneira correta de ver o mundo móvel é como complementar à Internet fixa, uma oportunidade extra de atingir a audiência. Ainda nessa década, mais de 50% do tráfego total da Internet será móvel e quem agir rápido, terá vantagens e não vai se arrepender. Criem seus sites móveis”, aconselha Fernandez, do Google.

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