Até 2026, os recursos destinados à nuvem pública excederão 45% de todos os gastos corporativos de TI, contra menos de 17% em 2021. A previsão do Gartner evidencia o quanto as organizações têm se beneficiado da cloud computing para elevar a eficiência do negócio, aprimorando a qualidade da experiência de usuários dos seus ambientes digitais, sejam eles colaboradores, clientes, fornecedores ou parceiros de negócio.
A nuvem, sem dúvida, é um ambiente estratégico para empresas que buscam flexibilidade, escalabilidade, mobilidade e segurança. Mas esses benefícios só serão mensuráveis se, ao migrar para a nuvem ou trocar de parceiro de hospedagem, a organização tomar cuidado para não cair em, pelo menos, sete armadilhas que podem arruinar o projeto:
- Falta de planejamento
Antes de dar qualquer passo, é fundamental que a organização defina onde está e onde deseja chegar, com relação ao projeto em questão. Nesse mapeamento, é muito importante definir as etapas do projeto, de ponta a ponta, juntamente com estimativa de custos e prazos. Do contrário, corre-se o risco de amargar perdas desnecessárias, tanto financeiras quanto de tempo da equipe.
- Não ouvir as diferentes áreas da empresa
É natural que caiba às áreas de TI e SI definir quais são as melhores opções com relação a solução, fornecedores e processos. Para garantir o sucesso da ação, porém, e mitigar impactos negativos na operação, é muito importante convidar para as reuniões de decisão os líderes de negócio. A ideia aqui é entender os desejos, as necessidades e os desafios de cada área com relação ao ambiente digital, alinhando as expectativas.
- Não considerar o fator segurança na jornada
Muitas organizações não se dão conta, mas, por contrato, a segurança na nuvem é uma responsabilidade compartilhada. Dessa forma, o provedor garante a estabilidade do ambiente, enquanto ao contratante do serviço cabe criar barreiras de acesso aos ativos que nela são alocados.
- Estar ao lado de parceiros que não são especializados
Ao migrar para a nuvem ou trocar de provedor, a organização precisará do apoio de um profissional especializado, seja ele integrante da equipe interna ou parceiro terceirizado. Seja qual for a sua opção, sempre procure por alguém que ofereça um atendimento consultivo, ou seja, oferecendo o que a organização realmente precisa. Além disso, não se importe em investir um tempo verificando se o parceiro em questão está realmente capacitado a conduzir essa jornada. Nesse caso, vale buscar referências, solicitar a apresentação de casos de sucesso e questionar o quanto essa pessoa se preocupa com a própria atualização com relação às tendências, as novidades e os acontecimentos do mercado.
- Acreditar que todo ambiente é completamente compatível
Antes da migração, é muito importante checar se, por exemplo, os aplicativos de propriedade da companhia são compatíveis com o novo ambiente. Será que eles poderão estranhar a latência? De alguma forma, a migração de algum deles elevará os custos relacionados à comunicação?
- Não checar cláusulas contratuais
Àqueles que vão migrar de provedor, é muito importante checar a vigência do contrato e as cláusulas relacionadas a quebra de acordo, multas ou planos de fidelidade. Àqueles que estão ingressando na nuvem, o cuidado deve ser o mesmo, adicionando questões relacionadas à estabilidade, planos de recuperação de incidentes, manutenção do ambiente e escalabilidade.
- Iniciar o projeto sem uma liderança definida
Tão importante quanto escolher o provedor de hospedagem é garantir que o projeto de migração de nuvem tenha uma liderança efetiva, ou seja, um profissional responsável por acompanhar a iniciativa de ponta a ponta, garantindo que cada fase da ação seja executada de maneira adequada.
O sucesso da jornada de uma organização na nuvem não depende apenas de soluções tecnológicas de ponta. Nenhuma evolução será alcançada se, por trás dela, não tiver uma relação de confiança entre quem conduz o projeto e o parceiro de tecnologia que estará ao lado desse profissional. Só assim é possível alcançar resultados cada vez mais expressivos na forma de adquirir e consumir tecnologia.
Fabio Lucinari, CEO da Nublify.