O brasileiro está mais empreendedor, especialmente no ramo de tecnologia da informação. Se levado em conta o mercado de startups, apenas em 2021, essas empresas foram responsáveis por mais de 100 mil contratações, segundo dados do relatório 2021 Wrapped Brazilian Startups, com crescimento de 200% no valor aportado.
O recente Insights Report lançado pelo Assespro-PR também mostrou que esse é um movimento que tem se fortalecido nos últimos 10 anos, já que, atualmente, existem cerca de 100 mil empresas de tecnologias ativas a mais, um salto de 186 mil empresas em 2012 para 275 mil em 2022.
Todo esse aquecimento aponta para outro curioso dado levantado pelo relatório da Assespro-PR: o número de sócios dessas empresas com menos de 30 anos saltou de 3% para 33% na última década, mostrando que o setor de tecnologia tem atraído muitos jovens que buscam empreender ao invés de buscar uma colocação como funcionário em outra empresa.
Essa mudança de cenário pode ser atrelada à própria evolução da tecnologia. Com o aumento do acesso a ferramentas e a forma de adquirir conhecimento, como o ensino a distância, ter uma empresa de tecnologia passou a ser muito mais fácil, até mesmo pelo aporte inicial para começar o negócio.
Isso também pode ser corroborado por outro dado do Insight Report. Com a facilitação burocrática, por exemplo, com o Simples Nacional, o qual facilita a tributação de pequenas empresas, empreender ficou mais viável. A taxa de expansão das empresas aderentes ao Simples Nacional manteve um crescimento contínuo, ao longo do período 2012-22, da ordem de 650%, em âmbito nacional. Esse regime de tributação passou de 9% do total das empresas, em 2012, para 41%, em 2022.
Porém manter um negócio em tecnologia exige boa administração, entendimento de mercado e produtos que solucionem problemas e sejam confiáveis. No Brasil, por exemplo, o tempo de vida média das empresas em atividade, no ramo de Serviços em TI, é de 5,6 anos, mas no Paraná, as médias são mais baixas nesse quesito, com 4,7 anos como média. Já São Paulo, a UF com maior quantidade de empresas ativas (48% do total nacional), apresenta uma média igual à nacional, com o Rio Grande do Sul (5,9) e Rio de Janeiro (7,4) com médias superiores à do Paraná.
Uma das maneiras de essas empresas ganharem fôlego no mercado é contar também com incentivos públicos e privados. É muito importante ter uma gestão impecável e saber os rumos para onde o negócio está indo, especialmente com base no mercado.
Por essa razão, a Assespro-PR tem fomentado o networking entre empresários paranaenses, com o intuito de fortalecer o mercado e fazer com que as empresas de tecnologia possam prosperar. A entidade busca, por meio de capacitação, programas de incentivo e até mesmo conexão entre o público e o privado, dentro e fora do estado, criar um ecossistema que permita às empresas de tecnologia continuarem no processo de expansão.