"Não há saúde sem gestão e não há gestão sem informação, a qual, por sua vez, depende de tecnologia." Com esta frase o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Claudio Giuliano Alves, alerta para a importância do uso da tecnologia da informação no setor de saúde. De acordo com ele, somente 10% a 15% dos hospitais públicos utilizam alguma ferramenta de TI, parcela que é pouco superior entre os hospitais privados.
"Necessitamos de um grande volume de informações para melhorarmos os processos na área de saúde. E a informação está ligada a TI", enfatizou Alves, em palestra proferida no 1º Fórum Saúde Digital, evento promovido pela revista TI INSIDE e organizado pela Converge Comunicações.
O dirigente afirma que a TI pode ser um meio para o setor de saúde superar seus desafios, tais como a necessidade de melhorar a eficiência, controlar custos, aumentar a qualidade do atendimento ao cliente e suprir as demandas originadas do processo de consolidação pelo qual passa o setor. "Ter o conceito de hospital digital é uma forma de vencer as dificuldades da área de saúde. É um passo importante adotar a tecnologia", frisa Alves.
Entre as tecnologias que podem ser utilizadas por hospitais e operadoras de planos de saúde, seja para melhorar o contato e o relacionamento com os clientes, seja para aperfeiçoar e acelerar os processos internos, o presidente da SBIS cita as soluções de computação em nuvem, virtualização e o uso de ferramentas da web 2.0, como as redes sociais.
Em relação as tendências de uso de tecnologia na área de saúde, ele cita o mobile health, prescrição eletrônica, registro eletrônico e a formação de comunidades em redes sociais para o relacionamento com o paciente, o que, segundo Alves, deve ser adotado em massa nos próximos anos.
O presidente da SBIS lista a redução de custos, o aumento da produtividade e da eficiência dos processos e a minimização de erros médicos como os principais benefícios trazidos pela adoção pelos hospitais de sistemas de tecnologia. "O hospital precisa estar totalmente integrado e comunicado, o que é proporcionado por sistemas. Isso é um fator importante para elevar a qualidade do atendimento", ressalta.
Como em qualquer outro setor da economia, a utilização de TI no segmento de saúde também passa pelo rompimento de algumas barreiras, segundo Alves. A maior delas, diz ele, é a dos custos de implantação, agravada pela falta de métricas de retorno sobre os investimentos. "Não há a percepção de que é um investimento importante e que traz resultados positivos", observa ele, ressaltando a cultura das instituições e dos profissionais como outro obstáculo a ser vencido.
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