Economia Circular: Um caminho colaborativo e inovador para a sustentabilidade

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A economia circular se destaca como um modelo de desenvolvimento sustentável e de impacto positivo no Brasil, unindo grandes empresas e agentes públicos na busca por soluções para problemas ambientais, sociais e econômicos.

Neste painel, da 4a ediçao do ESG Forum 2024, os executivos abordaram como suas organizações estão lidando com os desafios de implementação de práticas circulares, destacando que uma jornada para transformar recursos, resíduos e processos que exigem um compromisso sólido de todos os envolvidos, desde o governo até a sociedade civil.

Participaram Claudia Mattos, cofundadora e sócia da Oitto Impacto; Katielle Haffner, Diretora Public Affairs, Comunicação e Sustentabilidade na The Coca-Cola Company para Brasil e Cone Sul; Malu Francine Girardi, coordenadora de meio ambiente da Nauterra Divisão América (Gomes da Costa); Kami Saidi, Head de Operações de Manufatura e Circularidade da HP Brasil e Diogo Taranto, diretor de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Opersan – Soluções Ambientais.

Claudia Mattos, cofundadora da Oitto Impacto, trouxe uma visão ampla sobre a importância das políticas públicas e do papel das empresas, ONGs e da sociedade civil na promoção da circularidade. Ela ressalta que as iniciativas em direção a uma economia circular não podem ser unilaterais e devem incluir a colaboração entre setores. "A clareza do entendimento de que sustentabilidade também se traduz em ganhos sociais e econômicos permite um planejamento estratégico que agrega valor ao recurso, retém valor e ainda fomenta a recuperação de resíduos", disse.

Esse ponto foi reforçado por Katielle Haffner, Diretora de Sustentabilidade da The Coca-Cola Company para o Brasil e Cone Sul. Haffner observou que, diante das crescentes mudanças climáticas e eventos extremos, como os desastres recentes no Rio Grande do Sul, a sustentabilidade se tornou uma questão de sobrevivência e planejamento de longo prazo para as empresas. "Não temos mais escolha; os desafios estão postos, e as grandes multinacionais estão comprometidas porque não há outra forma de operar", afirmou, evidenciando que práticas circulares, inclusive, são uma imposição de negócio.

Kami Saidi, Head de Circularidade da HP Brasil, abordou o papel do design sustentável como alicerce para a economia circular. "Na HP, a sustentabilidade faz parte do DNA há décadas, e a alta gestão da companhia está profundamente engajada", explicou Saidi. Ele destacou que a empresa investe no desenvolvimento de produtos feitos para facilitar a reciclagem e logística reversa, o que reduz significativamente a pegada de carbono.

Para ele, o engajamento do governo é vital para apoiar esse tipo de economia, seja por meio de políticas que favoreçam empresas comprometidas com a sustentabilidade ou do incentivo a práticas sustentáveis ??no poder público. Saidi também trouxe à tona a importância do papel dos consumidores e da cultura de conscientização, alertando que as ações individuais de compra têm grande impacto no ciclo de vida do produto.

Malu Francine Girardi, da Nauterra (Gomes da Costa), discutiu a importância de práticas sustentáveis ??aplicadas à operação em um contexto global. Na Espanha, a Nauterra investe na gestão direta da frota de pesca, priorizando processos que respeitam o oceano e as comunidades pesqueiras. Já no Brasil, a empresa  enfatizou a responsabilidade compartilhada com fornecedores, auditando práticas de pesca sustentável e investindo na redução de matéria-prima virgem usada em embalagens.

Essa abordagem integrada garante não apenas uma operação sustentável, mas também segurança alimentar, essencial para uma empresa de conservação da pesca. Girardi afirmou que cada vez mais projetos de engenharia focados na redução de resíduos e insumos estão sendo implementados na empresa, e que essa iniciativa sustentável se reflete em toda a cadeia de produção.

Diogo Taranto, do Grupo Opersan, trouxe uma perspectiva fundamental ao focar na questão da água e da gestão de resíduos. Em suas palavras, "a água de reuso hoje possui, em muitos casos, uma qualidade superior, sendo uma alternativa fundamental para reduzir o consumo de água potável nas bacias hidrográficas." Ele ressaltou que a falta de conscientização e incentivo para práticas como o reuso ainda são barreiras significativas para a expansão da conservação de água.

Taranto propõe uma mudança de paradigma em que a água não seja apenas vista como recurso acessível, mas como um bem significativo e essencial para a continuidade das operações e da vida. É importante ressaltar que o governo pode atuar mais ativamente com políticas e incentivos para tornar o uso de uma prática comum nas indústrias, especialmente nas regiões com menor disponibilidade.

Para assistir do painel entre nesse link e receba o certificado de participação.

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