A dissolução do Google na Europa, possível resultado da resolução aprovada pelo Parlamento Europeu na quinta-feira, 27, é improvável de acontecer, na opinião de ministros e funcionários da União Europeia, apesar dos 384 votos favoráveis. A resolução propõe à Comissão Europeia a desvinculação das ferramentas de buscas de outros serviços de internet oferecidos por uma mesma empresa.
O comissário de economia digital da UE, Guenther Oettinger, disse em uma entrevista à Bloomberg, que não acredita que dividir as atividades do Google "é o que podemos esperar" após a votação, resposta à crescente resistência política ao domínio da empresa no mercado de buscas europeu, do qual detém mais de 90% de participação.
Axelle Lemaire, secretária de assuntos digitais da França, acrescentou que o voto "não tem qualquer valor legal" e "simplesmente expressa o desejo dos parlamentares europeus recém-eleitos". Para Ramon Tremosa, membro representante da Catalunha no parlamento da EU, "os consumidores europeus não estão tendo a escolha mais pertinente, por causa do tratamento preferencial do Google aos seus próprios serviços."
Um acordo final para resolver o caso foi adiado por feedback negativo dos rivais. Margrethe Vestager, nova chefe antitruste da UE que assumiu o cargo em 1º de novembro, disse no início do mês, que iria primeiro compreender os pontos de vista daqueles diretamente afetados por práticas de negócios do Google, antes de aprofundar as investigações.
A votação, que ocorreu na quinta-feira, 27, em Estrasburgo, na França, teve 384 deputados favoráveis, 174 contra e 56 abstenções. A resolução demonstra a disposição da União Europeia de reescrever as regras do seu setor digital para apoiar as empresas locais, já que o mercado europeu é dominado por empresas norte-americanas.