Em um país que figura entre os mais desiguais, a pauta da educação ocupa um importante papel nas discussões sobre políticas públicas e direitos fundamentais. Não é de hoje que o tema, de forma consensual, é apontado como um dos principais fatores para o desenvolvimento das nações. Por ser um problema evidente e que exige respostas rápidas, o mercado de startups que buscam soluções para o setor cresceu exponencialmente nos últimos anos. Esse dado consta no Distrito Edtech Report, levantamento divulgado pela empresa de inovação aberta Distrito.
De acordo com o estudo, o Brasil conta atualmente com 434 edtechs – como são chamadas as startups voltadas para o campo educacional. Desse total, 229 surgiram nos últimos cinco anos. Hoje, 63,5% delas estão concentradas na região Sudeste e 20,7% no Sul. Nordeste, Centro-Oeste e Norte estão logo em seguida, com 8,2%, 6,4% e 1,3%. Apesar da presença predominante no eixo Sul-Sudeste, o setor de edtechs é o que apresenta a melhor distribuição pelo País. No caso das fintechs, as duas regiões abrigam mais de 92% das startups de serviços financeiros.
O Distrito Edtech Report dividiu ainda as startups em sete categorias. Ferramentas para instituições (25,4%), que são as startups que desenvolvem soluções para instituições tradicionais de ensino, é a categoria que engloba o maior número delas. Na sequência estão Novas formas de ensino (20,8%); Plataformas para a educação (17,3%); Ensinos específicos (17,1%); Foco no estudante (12,7%); Conteúdo educativo (4,2%); e Financiamento do ensino (2,5%). Todas elas possuem subcategorias que ajudam a construir um panorama e também a compreender de forma abrangente a organização do setor.
"No estudo, a diversidade de startups que atuam no segmento educacional foi o que mais chamou a atenção nesse universo. O levantamento identificou empresas nos mais diversos estágios de maturidade e trabalhando para públicos muito distintos, sejam eles estudantes secundaristas ou até mesmo outras instituições de ensino. É muito positivo acompanhar o surgimento de empresas que atendem um campo essencial para melhorar os indicadores educacionais do País", comenta Tiago Ávila, líder de Produto do Distrito Dataminer, braço do Distrito responsável pela elaboração de estudos do ecossistema de startups.
Pequenos e grandes negócios
O Distrito Edtech Report também analisou o tamanho das empresas que atuam nesse nicho. De acordo com o estudo, menos de um terço delas têm mais de 20 funcionários. Além disso, as startups que possuem mais de 100 funcionários representam um percentual bem pequeno desse volume: apenas 6%.
Público-alvo
Um dos destaques do levantamento foi o percentual expressivo de empresas que operam no modelo B2B2C, em que o produto ou serviço atinge o consumidor final através de outra empresa. Ao todo, elas representam 23,8% desse universo. O estudo identificou ainda que as empresas que miram no consumidor final são 35,8% das edtechs, contra 31,4% com foco B2B, isto é, voltada a outras corporações. Os números mostram um equilíbrio entre os três modelos de atuação.
Destaques e promessas
O levantamento também apresenta o Top 10 das maiores edtechs do setor. O ranking foi calculado a partir de um algoritmo que cruza dados como número de funcionários, faturamento presumido, investimento captado e métricas de redes sociais. O resultado apontou Descomplica, Sambatech, Alura, Quero Educação, Pravaler, Portal Educação, Arco, Geekie, PlayKids e Passeidireto como as maiores startups do segmento.
Utilizando os mesmos critérios para calcular o Top 10, mas dando uma atenção maior a critérios como investimentos captados e visibilidade nas redes sociais, o Distrito também apontou quais são as edtechs que devem se destacar nos próximos anos. Para chegar aos nomes, foram consideradas apenas as empresas que nasceram após 2012 e que contam com menos de 200 funcionários.
Entre as apostas, o estudo chegou a 17 nomes: Agendaedu, Alicerce Educação, EduK, Leiturinha, Reprograma, Profes, Conquer, App Prova, Árvore, Responde Aí, Hondana, Stoodi, Imagine Redação, Me Salva!, Projeto Redação, Escola em Movimento e 4You2.
Para conferir o estudo na íntegra, clique aqui.
- EDUTECHS