Corporações perderam mais de US$ 1 trilhão em propriedade intelectual

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O volume de perdas das empresas com a violação de propriedade intelectual totalizou US$ 4,6 bilhões apenas no ano passado, além do gasto aproximado de US$ 600 milhões para reparar os danos causados pelo acesso ilegal aos dados, de acordo com um estudo sobre a segurança da informação de economias globalizadas
apresentado nesta quinta-feira, 29, pela McAfee, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
O relatório teve como base levantamento feito por pesquisadores da Purdue University's Center for Education and Research in Information Assurance and Security (CERIAS), no qual examinaram as respostas de mais de 800 CIOs dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão, China, Índia, Brasil e Dubai. Eles analisaram a origem de informações vitais como as de propriedade intelectual, onde elas são armazenadas mundialmente e como elas são transferidas ou perdidas.
Com base nos números, o estudo avalia que companhias em todo o mundo perderam mais de US$ 1 trilhão em propriedade intelectual durante 2008. "As empresas subestimam demais a perda e o valor de sua propriedade intelectual", afirmou Eugene Spafford, professor de Ciência da Computação da Purdue University e diretor executivo do CERIAS.
O pesquisador ressaltou que, assim como o ouro, o diamante ou o petróleo, a propriedade intelectual é uma moeda de troca internacional e seu roubo pode causar um sério impacto econômico. Para Dave DeWalt, CEO e presidente da McAfee, o prejuízo mundial de US$ 1 trilhão de dólares causado pela perda de dados pode ser considerado uma estimativa conservadora.
O executivo observou que a atual crise econômica está pronta para criar uma sobrecarga mundial nas informações vitais e que a crescente pressão corporativa para que haja redução ou corte de gastos tornaram as defesas mais frágeis, aumentando a oportunidade para atos criminosos. "As organizações precisam considerar a segurança não como um centro de custo, mas como um viabilizador de negócios", acrescentou DeWalt.
Segundo o estudo, especialistas em segurança e gestores seniores de TI em todo o mundo alertaram que a recessão está colocando em risco as informações corporativas, numa escala jamais vista.
O relatório, intitulado "Economias Desprotegidas: Proteção de Informações Vitais", sugere que a capacidade de armazenar propriedade intelectual de forma segura é o principal catalisador dos investimentos em segurança no Brasil, no Japão e na China. Dos participantes, 60% dos chineses citaram o "armazenamento mais seguro" como o motivo para armazenar a propriedade intelectual e outras informações confidenciais fora do próprio país.
A seguir, as principais descobertas do estudo:
. A recessão coloca a propriedade intelectual em risco
As organizações estão nitidamente preocupadas com a crise financeira global e seu impacto sobre a segurança das informações vitais, como, por exemplo, a propriedade intelectual. Trinta e nove por cento dos participantes da pesquisa acreditam que tais informações se tornaram mais vulneráveis no ambiente econômico atual.
. Comprometimento com informações importantes varia muito
As empresas de países em desenvolvimento estão mais motivadas e gastam mais com proteção da propriedade intelectual do que suas contrapartes do mundo desenvolvido. O Brasil, a China e a Índia investem mais em segurança do que a Alemanha, o Reino Unido, os Estados Unidos e o Japão. Setenta e quatro por cento dos chineses e 68% dos indianos consultados investiram na segurança de propriedade intelectual, visando obter vantagem competitiva.
. Agora, propriedade intelectual é moeda internacional
Cada vez mais, os cibercriminosos se concentram na propriedade intelectual e os especialistas dizem que houve um aumento na quantidade de invasões aos dados corporativos por gangues de cibercriminosos. Tais criminosos estão aumentando os ataques aos executivos, utilizando sofisticadas técnicas de phishing. A maior preocupação de 39% dos pesquisados é proteger sua propriedade intelectual contra ladrões externos de dados.
. Funcionários roubam propriedade intelectual para obter ganho financeiro e vantagens competitivas
Um número crescente de funcionários economicamente desfavorecidos tem usado seu acesso aos dados corporativos para se apropriar indevidamente de informações confidenciais. Com o prolongamento da recessão global e o desemprego, candidatos desesperados por empregos ou "mulas virtuais" roubam dados corporativos valiosos, talvez cobiçados por potenciais futuros empregados, para se valorizarem no mercado. Quarenta e dois por cento dos participantes disseram que ex-funcionários foram a maior ameaça às informações importantes.
. Ameaças regionais à propriedade intelectual
Percepções geopolíticas têm influenciado a realidade da política de dados. A China, o Paquistão e a Rússia foram identificados pelas empresas pesquisadas como zonas problemáticas por diversos motivos legais, culturais e econômicos. Vinte e seis por cento (26%) dos consultados evitaram o armazenamento de propriedade intelectual na China. Além disso, 47% dos participantes chineses acreditam que os EUA representam a maior ameaça à propriedade intelectual.
Finalmente, o relatório recomenda práticas ideais para a proteção de bens digitais valiosos, visando não apenas à sobrevivência, mas à prosperidade nesses tempos difíceis.

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