A Amazon.com divulgou a maior receita em seus 20 anos de história, mas os investidores aparentemente não ficaram satisfeitos. As ações da varejista online que haviam registrado queda de 15% no after-hours trading, negociação após o fechamento da Nasdaq, na quinta-feira, 28, logo após a divulgação dos resultados financeiros do quarto trimestre e de todo o ano de 2015, encerrou o pregão desta sexta-feira, 29, com forte baixa, de quase 8%, negociadas a US$ 587.
O mau desempenho na bolsa ocorre a despeito de a empresa ter conseguido reverter um prejuízo de US$ 241 milhões em 2014 e lucrado US$ 596 milhões no ano passado e mais que dobrado o lucro no quarto trimestre, para US$ 482 milhões. Foi também o terceiro trimestre consecutivo de lucro.
A receita teve um papel decisivo para o bom desempenho da Amazon. No ano, a alta de mais de 20%, totalizando US$ 107 bilhões, contra US$ 89 bilhões registrados em 2014, enquanto no trimestre o crescimento superou os 22%, contabilizando US$ 35,7 bilhões, ante US$ 29,3 bilhões.
A incapacidade de atender às expectativas de crescimento tem gerado forte pressão de Wall Street sobre Amazon nos últimos trimestres, cenário bem diferente de 2015 em que o crescimento dos papéis da empresa figurou entre as maiores das ações de tecnologia em 2015, fazendo com que dobrasse seu valor de mercado, para US$ 300 bilhões, superando inclusive gigantes a Alphabet/Google, Apple e Facebook.
Na realidade, a Amazon enfrenta o mesmo desafio de outros varejistas da web, que estão perdendo fôlego, como o eBay, que pelo terceiro trimestre consecutivo não teve crescimento da receita, conforme mostrou seu informe de resultados divulgado na quarta-feira, 27.
Contudo, diferentemente do eBay, a Amazon se tornou uma força dominante no varejo e tem demonstrado que pode ganhar participação de mercado com suas novas empresas, como a Amazon Web Services (AWS), que opera com de computação em nuvem, e o serviço de entrega de comida Prime Now, dedicado a realizar entregas rápidas de encomendas.