A receita com voz nos EUA tem caído em torno de 4% ao ano desde 2002. A saída foi a oferta de novos serviços, começando com voz sobre IP e, posteriormente, a IPTV, concorrendo com as TVs a cabo. Nos EUA, 40% da população têm banda larga, o que já está canibalizando a telefonia fixa tradicional.
Além disso, empresas de internet (como Google, Yahoo etc) aproveitam-se da rede para outros serviços, empurrando as teles para outros mercados. ?IPTV não é mais uma opção, mas um imperativo de mercado para as operadoras?, afirmou Raul Katz, diretor da consultoria Adventis durante o seminário ?IPTV – As novas oportunidades na distribuição de conteúdo? -, realizado pelas revistas TELETIME E TELA VIVA, em São Paulo.
Segundo o executivo, na Europa a banda larga tem hoje 20% de penetração e chegará a 60% até 2010. ?No Brasil, o que se diz é que a penetração da banda larga é pequena, se olhar o País como um todo. Mas São Paulo, por exemplo, já tem 30% de penetração de banda larga. É atípico, mas mostra um mercado fértil onde as teles querem investir: nas classes de maior poder aquisitivo (A e B) e onde também querem fidelizar seus clientes de serviços de telecomunicações?, explica.
Nos EUA, as pessoas gastam 16 horas por semana navegando na internet e 15 horas na TV a cabo. ?Os serviços já estão empatando. Há uma queda no tempo despendido com a TV que outros players estão olhando?, disse ele. Cerca de 52% das pessoas perdem mais de um programa por semana na TV por falta de tempo, e 84% dizem que em muitos dias não encontram nenhum bom programa na TV. ?Por isso, um bom espaço para o IPTV está aqui com a personalização e serviços on demand?, afirma Katz.
Entre os desafios para as teles entrarem nesse mercado, Katz destaca que os serviços terão que se diferenciar da TV a cabo; o mercado ainda é limitado porque não se sabe qual é a diferenciação pedida pelo assinante. E faltam modelos regulatórios na maioria dos países.
Além da personalização, outro fator chave é o usuário pagar apenas pelo que usa. ?A integração de outros serviços como música, dados e interatividade, além de oferecer experiência superior à da TV paga, são fatores fundamentais para o sucesso do modelo de IPTV, completa o executivo.
Experiência da Telemar
Para Alexandre Wolynec, gerente de estratégias da Telemar, os fatores críticos para a oferta de IPTV residem em como serão as parcerias para conteúdo, com se dará a escolha da interface e o atendimento ao usuário. "Ainda não está claro para as operadoras como se dará a flexibilidade, a variedade e personalização da programação, como será a segmentação da oferta, que são fatores críticos de sucesso", afirma.
Para o executivo, as ofertas podem incluir conteúdos de nicho para atender melhor as necessidades dos usuários. "A Telemar está fazendo um teste de IPTV com a meta de oferecer o serviço para os usuários da rede de banda larga, opções de video on demand, grade de canais e broadcast", explica.
Por ser nacional, a empresa não tem restrição para oferecimento de conteúdo. A empresa está conversando com produtores de filmes e detalhando o modelo de negócios para o video on demand.