O papel da tecnologia da informação será determinante no desenvolvimento educacional. Esse foi um dos temas abordados pela presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Lúcia Melo, durante a abertura nesta quarta-feira (29/3) do painel ?Estratégias para o desenvolvimento de sociedades da informação?.
O painel faz parte das atividades da 47ª edição da Reunião Anual da Assembléia dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da 21ª Reunião Anual da Assembléia de Governadores da Corporação Interamericana de Investimentos (CII), que acontecem até o dia 5 de abril, em Belo Horizonte (MG).
Segundo Lúcia Melo, de maneira geral, o mundo se beneficiou desse tipo de tecnologia, mesmo os países menos desenvolvidos. "Mas as desigualdades entre as nações e as diferenças regionais se tornaram ainda mais acentuadas", disse a presidente do CGEE. Entre as iniciativas do governo federal na construção da sociedade da informação, ela citou os programas Computador para Todos, Biblioteca Digital, que facilitaram o acesso às publicações em Língua Portuguesa, e a TV Digital, em processo de definição de modelo a ser adotado pelo país.
Especificamente do MCT, Lúcia Melo ressaltou a importância da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que possibilita a conexão de alta velocidade entre as instituições de ensino brasileiras, e dessas com os principais institutos e centros de pesquisa de todo o mundo. "A participação brasileira em pesquisas que representam desafios mundiais, como é o caso da mudança global de clima, só é possível graças a essa infra-estrutura que permite a troca de alto volume de dados com velocidade e segurança", explicou.
O exemplo da Coréia
O diretor geral do Ministério de Informação e Comunicação da Coréia do Sul, Lee Jae-hong, apresentou algumas das ações pontuais que foram fundamentais para que avançassem da condição de um país pobre para uma das nações mais desenvolvidas em TI. Entre eles, o uso da plataforma ADSL para banda larga de internet e a exportação da tecnologia CDMA, usada para celular móvel em diversos países.
Uma das novidades apresentadas por Jae-hong foi a internet banda larga sem fio (WiBRO), que começa a ser comercializada pela Coréia em junho, tendo o Brasil como um dos países interessados. Esse novo modelo representa uma redução de 90% dos custos, por eliminar a necessidade de implantação de redes para os assinantes, é mais veloz e permite o acesso à internet mesmo que o usuário esteja num carro a 100 km/h.
"A WiBRO traz benefícios para o desenvolvimento da telefonia VoIP, entretenimento, educação à distância, serviços bancários, além de chegar aos locais mais remotos e áreas rurais", destacou o representante do governo coreano.