A parceria público-privada é uma boa alternativa para o governo ampliar e melhorar a qualidade de atendimento à saúde da população brasileira. A avaliação é de Mohamad Akl, presidente da Central Nacional Unimed. Na semana passada, a CNU, como a operadora também é conhecida, promoveu em São Paulo o Encontro Nacional Unimed de Recursos e Serviços Próprios, para troca de experiências e informações entre especialistas e gestores das cooperativas da Unimed sobre hospitais, pronto-atendimentos, laboratórios e farmácias da marca.
A Central Nacional Unimed é a operadora nacional da marca, cujos clientes são empresas presentes em três ou mais estados, com no mínimo 300 vidas. É a sexta maior operadora brasileira de planos de saúde, depois de Amil, Bradesco, Sul América, Intermédica e Hapvida. Tem 1,2 milhão de beneficiários. No ano passado, a CNU bancou 5,6 milhões de consultas e quase 150 mil internações.
Para que a qualidade acompanhe o ritmo de crescimento (30% em faturamento e 14% na base de clientes), a operadora também investe em tecnologia da informação. Dos 63 profissionais da equipe de TI da operadora, 12 dedicam-se ao desenvolvimento de sistemas para o negócio da operadora, que é gestão de saúde. Eles elaboram, por exemplo, funcionalidades integradas ao sistema de gestão Top Saúde, específicas para a operadora, e demais sistemas de apoio ao negócio, como Gestão da Rede de Recursos, Recursos Próprios, Prontuário Eletrônico do Paciente, entre outros.
Para os próximos meses, está previsto o lançamento da versão mobile (móvel) de informações para clientes, que vai rodar tanto em smartphones iOS quanto em Android e Windows Mobile, informa Thiago Cachello, consultor de TI da Central Nacional Unimed.
Recentemente, entrou em operação o sistema de Fluxo Digital de Contas, solução IBM FileNET integrado ao Sistema de Gestão Top Saúde, implantado pela equipe interna em parceria com a CPM Braxis Capgemini. É uma ferramenta de ECM e BPM (gestão de conteúdo e processos) que, após a digitalização dos documentos, faz a gestão das várias instâncias de aprovação dos pagamentos de consultas, exames e internações, sem a necessidade de manuseio de formulários e de comprovantes.
O fluxo é de cerca de um milhão de papeis por mês. “Os ganhos de escala são de 20%, além da economia de investimentos, pois o volume de papeis aumenta proporcionalmente ao crescimento da operadora’’, observa Cachello.
A CNU lançou, em abril do ano passado, seu Portal de Serviços On-line, para que os beneficiários acompanhem sua utilização do plano de saúde, atualizem seus cadastros e consultem o guia médico, dentre outras facilidades. O Portal já teve mais de um milhão de acessos desde o seu lançamento..
Em março último, começou a funcionar o novo portal para prestadores de serviços e já está em desenvolvimento o Portal do Cliente Empresarial, uma versão para consultas das áreas internas dos clientes Pessoa Jurídica.
A Central Nacional Unimed conta também com sistema para Saúde Ocupacional, desenvolvido em parceria com a Totvs.
Sistema Unimed
Formado por 370 cooperativas e empresas de atuação nacional – além da CNU, a Unimed do Brasil (confederação que zela pela marca, cooperativismo, responsabilidade social) e a Seguros Unimed (saúde, vida e previdência), o Sistema Unimed tem mais de 110 mil médicos cooperados e gera 62 mil empregos diretos. Deverá fechar 2012 com um faturamento em torno de RS 30 bilhões.
A marca atua em um mercado fortemente regulado. O presidente da CNU lembra que, em 1998 – quando entrou em vigor a lei 9656, que regulamentou assistência médica prestada por empresas de planos e seguros saúde – havia 1.968 operadoras oferecendo assistência médica no país. Esse número se reduziu para 1.187, atualmente. Hoje, elas têm 47 milhões de beneficiários, dos quais 18 milhões são clientes da Unimed (38% do total).
A contração no número de empresas está ligada à necessidade de atender às exigências da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), principalmente as reservas financeiras e as resoluções normativas, que ampliam os procedimentos obrigatórios sem repasse para as mensalidades.
Mesmo com esse panorama, salienta o diretor administrativo e financeiro da CNU, Rodolfo Pinto Machado de Araújo, o Sistema Unimed já tem 100 hospitais próprios, a segunda maior rede particular do Brasil, somente superada pela das Santas Casas. E há mais 14 em construção ou ampliação, que serão inaugurados nos próximos dois anos.
“Com recursos próprios de qualidade, conseguimos gerar riquezas dentro do Sistema e controlar os custos”, destaca o diretor administrativo e financeiro. Conta que 15% dos hospitais Unimed são acreditados (reconhecidos formalmente pelo atendimento aos requisitos previamente definidos para realizar suas atividades com segurança), percentual bem superior ao do mercado.