Qual caminho acadêmico faz sentido para a minha carreira?

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O sonho de todo profissional no início de carreira é subir no organograma em um tempo que ele não sabe determinar, mas que seja o menor possível para chegar rapidamente a ocupar um lugar no Olimpo.

Acredita-se que o menor caminho entre os dois pontos é acumular no currículo uma enorme quantidade de cursos, MBA e certificações que o qualifique a concorrer à posição sonhada.

O que vem se tornando endêmico no mercado (e daí vem a tão falada falta de qualificação dos profissionais) é que, na maioria das vezes, a posição sonhada está alinhada ao curso de extensão universitária que se está cursando (ou se pretende), mas, na grande maioria das vezes, a posição que se pretende ocupar quando o curso terminar está alguns degraus acima e alguns anos à frente da posição corporativa que ocupa hoje.

Este tipo de situação levaria os mais velhos a profetizarem a velha frase: "você vai dar um passo maior que as pernas".

Esta endemia é fruto da enorme massificação do mercado a respeito dos executivos que chegam diariamente com pouca idade aos cargos mais altos das corporações. O que dificilmente se noticia são os passos e as formações que estes jovens executivos possuem para chegar, de maneira aparentemente rápida, ao topo da pirâmide.

 A informação mal divulgada gera a impressão, para a maioria das pessoas, que qualquer garoto em início de carreira cursando uma extensão universitária para "Presidente de empresa" é procurado por um head hunter no mês seguinte da conclusão do curso com uma oferta irrecusável para ocupar um cargo executivo e ganhar milhões.

Na verdade, tanto os bem sucedidos com tenra idade como os que alcançam o topo mais maduros, possuem particularidades: ambos possuem uma formação acadêmica sólida, galgaram cargos condizentes com sua formação acadêmica e tiveram uma dedicação profissional e acadêmica acima da média, ou seja, nada caiu do céu.

Com uma análise mais cuidadosa, pode-se concluir que o sucesso profissional não estará ligado a buscar um curso que o deixará preparado para assumir uma função que está muito além das suas capacidades profissionais ou pessoais, e sim buscar uma formação que lhe qualifique a ocupar o próximo degrau.

Para simplificar o entendimento, usando como exemplo a carreira de suporte técnico em TI, o próximo cargo natural a ser galgado pode ser a posição de suporte a servidor, network, banco de dados e talvez segurança lógica. O que não dá para imaginar é que um profissional com pouca experiência e na base da pirâmide queira saltar de suporte técnico para Gerente de TI de uma hora para outra.

Se um salto vertical deste tipo não faz sentido, não pode ter lógica este mesmo profissional buscar nas faculdades uma especialização em Gerente de TI e acreditar que conseguirá se colocar como tal em pouco tempo.

Pode parecer óbvia esta conclusão, mas infelizmente o que mais encontramos nas entrevistas para cursos de extensão universitária são essas disparidades. Como mencionei em outro artigo, os profissionais mais experientes e as universidades tem a obrigação de orientar os jovens a observar que escolhas como estas não o levarão ao sucesso e sim à frustração. A realidade é que, no final do curso, os head hunters não estarão na porta das universidades esperando-os com a tão sonhada oportunidade nas mãos.

Os jovens profissionais, antes de escolherem uma extensão universitária, devem analisar qual curso terá coerência e será condizente com o seu momento profissional. É importante traçar um paralelo com os caminhos trilhados pelos executivos bem sucedidos.

O hoje idolatrado Steve Jobs caiu e quebrou por diversas vezes antes e depois de se tornar o guru da tecnologia. Com certeza, um dos fatores que possibilitou seu retorno por diversas vezes ao cume foi sua base acadêmica.

Alberto Marcelo Parada é formado em administração de empresas e análise de sistemas, com especializações em gestão de projetos pela FIAP. Já atuou em empresas como IBM, CPM-Braxis, Fidelity, Banespa, entre outras. Atualmente integra o quadro docente nos cursos de MBA da FIAP, além de ser diretor de projetos sustentáveis da Sucesu-SP.

1 COMENTÁRIO

  1. Sr. Alberto, Na minha trajetória de 43 anos como técnico em TI, identifiquei que todos os Gerentes/diretores que atingiram os cargos de liderança após atuarem por anos em várias atividades técnicas e operacionais demonstraram efetiva competencia e coerência em suas decisões quando gerentes e diretores. Os demais sempre foram mediocres.

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