O Brasil é o décimo colocado no ranking dos países que mais originaram vírus no mundo em 2015, sendo que, na América Latina, o país ocupa a primeira posição, seguido pelo México e Argentina, de acordo com relatório anual publicado pela Symantec. O estudo mostra que o Brasil também é o país mais atacado por ransomware (malware que bloqueia o acesso ou criptografa os dados do dispositivo da vítima e pede resgate) na América Latina. O ranking é liderado pela China, seguida dos Estados Unidos e Índia.
Em mídias sociais, o comportamento dos usuários brasileiros difere bastante dos de seus pares latino-americanos. Enquanto no Brasil 71,6% da contaminação por vírus se dá por meio de compartilhamento manual de posts, no México, Colômbia, Peru e Argentina esse índice não atinge 22%. Por outro lado, estes mesmos países registram um alto índice de contaminação via mensagens que trazem ofertas falsas (prêmios, promoções etc.): mais de 80% na Colômbia, 70% na Argentina e Peru, e 51% no México. No Brasil, esse índice fica abaixo dos 10%, o que ressalta a diferença de hábitos dos os usuários brasileiros, que fogem de um aparente padrão nos outros países latino-americanos.
O Relatório de Ameaças à Segurança na Internet (ISTR), recém-lançado, destaca o nível de sofisticação dos ataques feitos ao longo de 2015 e a organização dos cibercriminosos, cada vez mais parecida com o funcionamento de grandes corporações: jornada de trabalho de segunda a sexta-feira, em horário comercial, com fins de semana e feriados livres.
Entre as descobertas mais importantes do relatório está o crescimento de 35% dos ataques via ransomware que criptografam os dados das vítimas; as vulnerabilidades do dia zero (zero day) — exploração de uma vulnerabilidade até então desconhecida —, que passaram de 24 em 2014 para 54 no ano passado, além do fato de meio bilhão de dados pessoais terem sido roubados ou perdidos em 2015.
No Brasil, cerca de 83% dos ataques de spear-phishing (phishing direcionado) tem como alvo as grandes empresas — com mais de 2,5 mil funcionários. Nesse segmento, a cada 100 empresas, 16 receberam este tipo de ataque no ano passado.
A Symantec se baseou em uma rede com mais de 60 milhões de sensores ao redor do mundo para fazer um retrato fiel de todas as ameaças relevantes ocorridas via internet em 2015.