A Tivit desenvolveu e implementou um sistema baseado em Internet das Coisas (IoT) para ser usado em câmaras frigoríficas. A ideia é atender a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que pede um período de descanso aos trabalhadores depois de determinado tempo de trabalho. A solução desenvolvida já é utilizada em um dos maiores frigoríficos do País, que conta com seis fábricas e 16 mil funcionários.
De acordo com a CLT, para os colaboradores que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, é assegurado um período de 20 minutos de repouso remunerado após cada 1h40 de trabalho efetivo. O desafio do frigorífico é gerenciar o período para que as pausas sejam respeitadas, a fim de assegurar o direito do trabalhador e prevenir eventuais processos trabalhistas.
O repouso remunerado é essencial porque ambientes com temperatura negativa podem causar desconforto, doenças ocupacionais, acidentes do trabalho e até levar à morte por hipotermia. Dependendo da situação, a empresa poderá sofrer penalidades severas se for comprovado que o colaborador foi acometido por algum problema de saúde ou acidente por negligência deste preceito.
Como funciona a tecnologia
O projeto consiste na instalação de sistema de IoT com 75 portais de monitoramento e 16 mil crachás com tecnologia Bluetooth e aplicação na nuvem, que faz a análise dos dados em tempo real e a gera alarmes e relatórios sobre os colaboradores que circulam no interior das câmaras frigoríficas.
Com isso, a empresa tem informação do tempo de permanência de cada funcionário nas áreas frias e consegue coordenar suas equipes com maior eficiência. Desta forma, espera garantir a qualidade de vida e a saúde do trabalhador e reduzir o volume de reclamações trabalhistas e consequentemente de indenizações referentes ao tema.
Ainda não há estimativa de resultados e o real impacto do projeto, segundo o departamento jurídico do frigorífico, será mensurado após os três primeiros anos. No entanto, está prevista uma segunda etapa de implementação para ampliação do sistema para 26 centros de distribuição.