Às voltas para tentar resolver suas dificuldades financeiras depois de revelar fraude contábil de US$ 1,7 bilhão, a Olympus, fabricante de equipamentos médicos e câmeras digitais, chegou a um acordo extrajudicial com o ex-CEO, Michael Woodford, que havia aberto um processo contra a empresa sob a alegação de que foi demitido sem base legal, apenas horas após anunciar que abandonaria sua tentativa de retomar o controle da empresa.
Os detalhes do acordo não foram divulgados, mas segundo apurou o Financial Times, o executivo deve receber algo em torno de 10 milhões de libras (cerca de US$ 16 milhões) como multa pela quebra de contrato com sua demissão. Com o acerto, o início do julgamento em Londres será adiado até que haja o parecer do conselho de administração da Olympus, cuja reunião está agendada para o dia 8 de junho. Se os membros não ratificarem os pontos do acordo, o caso será reaberto na Justiça.
Depois de uma audiência com os advogados e executivos de sua ex-companhia, Woodford se mostrou satisfeito. “Felizmente, hoje chegamos a um desfecho. A empresa pode seguir em frente e eu também”, declarou. Ele preferiu não comentar sobre uma possível revisão dos termos. Em ocasiões anteriores, ele declarou que não aceitaria uma proibição de falar publicamente sobre seu trabalho na Olympus.
Quando o episódio veio à tona, as ações da Olympus chegaram a cair 80%. Nesta terça-feira, 29, operam na Bolsa de Tóquio com uma recuperação de 50% em relação ao valor anterior ao escândalo, a 1,167 mil ienes.