A Panasonic planeja realizar demissões em sua sede na cidade de Osaka, no Japão, após o prejuízo recorde de 772,1 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 9,7 bilhões) no último ano fiscal, encerrado em 31 de março. O total de dispensas pode chegar a metade dos atuais 7 mil empregados, segundo pessoas ligadas ao assunto ouvidas pelo The Wall Street Journal. O plano prevê também a aposentadoria e a transferência de funcionários para outros departamentos. O objetivo é alcançar a meta de lucro de 50 bilhões de ienes no ano fiscal vigente.
Os cortes fazem parte da reestruturação anunciada em abril do ano passado visando a recuperação da empresa, que prevê a dispensa de 35 mil pessoas em três anos. “Essa é uma indicação que a nova gestão está seriamente comprometida com a reestruturação e nenhuma exceção será feita”, disse a fonte ouvida pelo jornal americano. O novo CEO da fabricante japonesa, Kazuhiro Tsuga, foi eleito em fevereiro e assumirá oficialmente o cargo no próximo mês. A nova rodada de demissões será negociada em julho e colocada em prática no terceiro trimestre.
Entre os motivos atribuídos para o declínio da Panasonic, além da valorização do iene, está a forte concorrência que vem enfrentando no mercado, em especial da coreana Samsung, e da Apple. O surgimento de novos aparelhos eletrônicos que se tornaram uma febre entre os consumidores, como iPhone e iPad, teria tomado espaço da Panasonic. Com tradição em TVs, a fabricante agora busca novos nichos para sobreviver – como fez quando da aquisição de parte da Sanyo, em 2009.