O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br ) publicou nesta quarta-feira, 29, resolução de contestação ao pedido da Amazon de registrar o nome de domínio .amazon. A solicitação da varejista online feita à Icann, organização responsável pela distribuição dos endereços de internet, faz parte da nova série de sufixos disponibilizados para terminações de domínios — chamadas genericamente de endereços de primeiro nível (gTLDs) — válidos em todo o mundo.
Na opinião do CGI.br, o processo de solicitação de novos domínios deveria impedir que nomes referentes a regiões geográficas sejam delegados sem que os respectivos governos estejam de acordo. Como a varejista solicitou os direitos de uso da terminação em questão em diversos idiomas, inclusive em japonês e chinês, o Brasil não foi o único a manifestar insatisfação. Em abril deste ano, o Peru também se opôs à iniciativa junto com autoridades brasileiras e obteve apoio dos demais países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Para o coordenador do CGI.br, Virgílio Almeida, não há dúvida de que esse domínio deve ser um bem do público da região amazônica. A palavra em disputa faz referência direta à região, com grande valor geográfico, cultural e patrimonial, com quase a metade de sua extensão em território brasileiro onde abriga 23,4 milhões de moradores. "Ressaltamos nosso posicionamento de que quaisquer outros domínios de topo que contenham valor cultural, geográfico ou patrimonial não devam ser delegados a entidades de caráter privado dissociadas do interesse público."
Uma audiência pública sobre o tema está agendada para o dia 20 de junho no Senado, com presença de membros da OTCA, de autoridades do Itamaraty, do Ministério da Ciência e Tecnologia e de um representante da Icann no Brasil.