O Brasil é o primeiro país do mundo a implementar o processo virtual em larga escala, com alcance em todo o judiciário, se precedentes no mundo. A afirmação é do secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), juiz Sérgio Tejada, para quem o modelo brasileiro, além de inédito, gera economia para a Justiça.
Para Tejada, nenhum país avançou tanto nessa área quanto o Brasil. Ao destacar que o processo virtual representa uma mudança, o secretário-geral do CNJ lembrou que a tramitação eletrônica é segura, rápida e econômica. Ele citou uma pesquisa que mostrou que o tempo médio de julgamento de um processo na Justiça brasileira gira em torno de 700 dias. ?Já nos Juizados Especiais que utilizam a tramitação eletrônica, esse tempo cai para 37 dias?, afirmou.
O secretário-geral do CNJ explicou, ainda, que a digitalização dos processos jurídicos gera uma economia para Justiça. ?No Brasil existem, hoje, 33 milhões de processos. O caderno mais simples deles, com papel, capa, clipes e carimbo, custa R$ 20. É só fazer a conta e ver a economia de recursos só nesse ponto, envolvendo papel, água e produtos químicos, entre outros?, disse, acrescentando que com o processo virtual, ?as portas da Justiça estarão abertas 24 horas por dia, sete dias por semana?.
Já o conselheiro Oscar Argollo considera que a implementação do processo eletrônico contribui para tornar a Justiça mais ágil. ?Vejo vantagens para todo mundo, principalmente para o usuário da justiça e aí se inclui o advogado?, disse o conselheiro.
Apesar disso, o conselheiro avalia que a resistência em usar o computador pode ser uma dificuldade a ser superada, principalmente pelo advogados mais antigos, os quais, segundo Argollo, ainda nutrem receito de utilizar o computador. ?Mas faço exemplo muito singelo que é nadar e andar de bicicleta. Depois que se aprende, ri do medo que tinha, porque vê que é uma coisa facílima. O mesmo vai acontecer com a máquina. Aqueles que ainda não estão afeitos o dia que ligarem a máquina e aprenderem a utilizá-la vão morrer de rir daquele medo que tinham?, disse.