A escolha do padrão japonês para implantação do sistema de televisão digital no Brasil recebeu críticas de ativistas da democratização das comunicações, entre eles o secretário executivo do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), James Görgen, para quem o modelo a ser adotado não irá permitir a inclusão digital de todas as faixas da população.
Na avaliação de Görgen, o sistema manterá concentração da mídia no Brasil. ?O governo simplesmente optou por manter o status quo da radiodifusão, manter sob a mão dos mesmos donos que concentram a mídia no Brasil o poder de decisão da digitalização, que permitiria vários avanços democráticos na área das Comunicações?, disse.
O secretário executivo do FNDC avalia que o padrão japonês traz desvantagens econômicas. É o mais caro de todos e exigirá que os usuários brasileiros ? são 46 milhões de domicílios com televisão ? comprem aparelhos decodificadores para fazer a transição do sistema analógico para o digital.
Segundo ele, para que o aparelho decodificador seja comercializado ao preço máximo de R$ 100,00, como acenou o Ministério das Comunicações, o governo terá que abrir mão de sua arrecadação tributária e fiscal. ?Em nenhum lugar do mundo, a não ser na China, se consegue um valor tão baixo?, lembrou.
Görgen disse que havia a esperança de que, com a TV Digital, a população pudesse mais do que receber a qualidade da programação atual. ?Isso é discutível porque não dá para se falar que o Brasil tem uma grande qualidade de programação, a não ser que seja apenas visual. O governo está abrindo mão disso ao não permitir a inclusão digital, porque não existe inclusão digital no Japão pela televisão, eles não querem isso. O modelo deles é outro, eles já estão incluídos digitalmente via outras tecnologias?, complementou.
Com informações da Agência Brasil