Google pode ter licença de permanência na China negada

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O governo chinês poderá não renovar a Licença de Provedor de Conteúdo na Internet (ICP, na sigla em inglês) do Google. O prazo para renovação do documento é nesta quarta-feira, 30, mas observadores do mercado acham que a postura anticensura em relação aos resultados de buscas adotada pela companhia, considerada inaceitável pelos órgãos reguladores chineses, pode resultar na recusa da autorização para que contine a operar no país.
Para tentar reverter essa possibilidade, sem comprometer sua posição contrária a autocensura nos resultados de buscas, o diretor de assuntos legislativos do Google, David Drummond, declarou, na segunda-feira, 28, em post no blog oficial da companhia, que os internautas que acessarem a ferramenta chinesa do site, o Google.cn, não serão mais redirecionados automaticamente para a página de Hong Kong. Agora, os usuários terão a opção de usar aplicativos que não precisam da autocensura, como o tradutor de textos ou a ferramenta de mapas, na própria página chinesa, ou clicar num link para a página de Hong Kong.
Em janeiro, depois de denunciar um ciberataque a seus sistemas e acusar o governo chinês de ser o mandante, o Google anunciou que não iria mais praticar a autocensura de sua ferramenta de buscas chinesa e ameaçou deixar o país. Ao ver que, estrategicamente, a saída não lhe seria favorável, o gigante das buscas decidiu redirecionar todas as entradas em sua ferramenta chinesa para a página de Hong Kong, onde não há censura. Essa medida foi duramente criticada pelo regime comunista chinês e agora, às vésperas da assinatura da renovação da licença de atuação no mercado local, o Google vê sua permanência na China ameaçada.
No post, Drummond ainda declarou que a nova forma de atuação na China foi ressaltada junto ao governo local e um novo contrato de assinatura do ICP já foi elaborado e encaminhado para os órgãos reguladores daquele país.
Qin Gang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, declarou nesta terça-feira, 29, durante uma coletiva de imprensa para órgãos internacionais, que ainda não viu esta nova versão do contrato, portanto não poderia comentá-la. Segundo ele, a atuação de empresas de internet estrangeiras no país é incentivada pelo governo, "desde que dentro da lei".

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