Gestão sem visão, tragédia anunciada!

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A nuvem em seus mais diversos formatos já faz parte de nossas vidas. De acordo com o estatuto de cloud computing do CloudShare 2017, 85% das empresas têm uma estratégia multi-cloud este ano, o que representa um aumento de 82% em relação ao ano passado. Além disso, o RightScale observou que os usuários da nuvem executam 1,8 aplicações em cloud pública e 2,3 aplicações em cloud privada, em média. A ideia de uma organização executando aplicações em uma única nuvem já é coisa do passado.

A tendência de EaaS – Everything as a Service – tais como SaaS, PaaS e IaaS tornou mais dinâmica a vida do profissional de TI, reduzindo principalmente custos de Capex / Opex. Mas me questiono se o gerente de TI está sendo capaz de gerir múltiplos ambientes de forma eficaz. Suas aplicações do Data Center estão conversando com múltiplas nuvens? Os serviços contratados estão rodando em sua capacidade máxima? Aposto que essas perguntas devem tirar o sono de muitos gestores.
Gerenciar aplicações e serviços por meio de múltiplas nuvens e data centers é um desafio. Para isso, é importante estar atento a opções que podem trazer visibilidade, performance e segurança, independente do local de processamento e armazenamento.

Sobre gestão do sistema, acredito que pode ser válido usar arquiteturas baseadas em controladores e análises por aplicação. Deste modo, a orquestração dos ativos e serviços da empresa pode ser realizada desde um ponto privilegiado, com visão do negócio alinhada à estratégia, promovendo redução do tempo ocioso, maximização das soluções e reduzindo custos de aquisição e operação.
Um outro ponto é a escolha das ferramentas de gerenciamento para que elas não se tornem uma segunda camada de problemas. Vejo como mais adequada uma plataforma que seja centralizada, que permita a construção de microserviços e tecnologias de container a fim de implementar o verdadeiro conceito de multitenancy. A mesma plataforma deve oferecer escalabilidade e flexibilidade, pois, em muitos modelos de nuvem, a elasticidade é um dos principais fatores de adoção de serviços em cloud.

O gestor precisa ser informado se há latência demasiada; se há um número de usuários além da capacidade; se o balanceamento correto a ser adotado deve ser on-premises ou na nuvem (e qual provedor de serviços utilizar naquele momento); se os serviços estão funcionando adequadamente; se há algum problema de segurança e, principalmente, se o cliente final está tendo uma boa experiência.

Gestão sem visão não funciona! A capacidade de visualizar e tomar ações baseadas no desempenho das suas aplicações em vários ambientes de maneira centralizada torna-se palavra de ordem de novos sistemas de ADC (Application Delivery Controller). Fique atento quando analisar soluções de ADC tradicionais que, de certa forma, limitam essa visibilidade.

Daniel Junqueira, gerente de Engenharia de Sistemas da América Latina para A10 Networks.

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