O IEEE está trabalhando para estimular a colaboração entre tecnólogos e clínicos para garantir o sucesso das aplicações da telemedicina no mundo real
Telemedicina é a tecnologia pronta para satisfazer a crescente demanda por acesso a serviços de assistência médica em nações em desenvolvimento e áreas remotas do mundo, dizem os especialistas do IEEE, a maior associação tecnológica profissional do mundo. Entretanto, o uso abundante da telemedicina precisará de maiores parcerias entre tecnólogos e clínicos para garantir que ela cumpra suas promessas no mundo real – alcançar a milhões de pessoas, com resultados significativamente melhores para tais pacientes.
"De redes sem fio mais rápidas, aplicativos de imagens de diagnósticos móveis a biossensores, as tecnologias para proporcionar serviços de telemedicina com certeza existem", disse o dr. Yongmin Kimn, membro do IEEE e professor de bioengenharia e engenharia elétrica da Universidade de Washington. "Mas avançar a telemedicina somente através de inovações tecnológicas não é o bastante. Agora precisamos facilitar para que os provedores de assistência médica adotem e apliquem essas tecnologias em vários ambientes médicos."
O dr. Yadin David, membro sênior do IEEE e fundador do Center for Telehealth and e-Health Law (Centro de Telessaúde e Direito de Saúde Virtual) em Washington D.C (EUA), recomenda aos provedores de assistência médica e tecnólogos que entrem em acordo sobre padrões para um desempenho mínimo do sistema de redes e plataformas de telemedicina, além do desenvolvimento de um vocabulário comum para descrever essas tecnologias. "Os provedores de assistência médica podem ver a descrição técnica de uma bomba cardíaca ou aparelho de raio X e entender se eles vão atender suas necessidades ao fornecer assistência de qualidade para um paciente. Mas com quanta facilidade os radiologistas podem, por exemplo, entender se a resolução de pixels ou a taxa de compressão de seu equipamento de vídeo permitirá com que eles vejam claramente os detalhes das imagens para darem diagnósticos precisos?", disse ele. "Precisamos traduzir os critérios técnicos para o domínio clínico para que seja mais fácil para que os fornecedores de assistência médica os compreendam."
Fazendo a sua parte, o IEEE está trabalhando ativamente para encorajar a colaboração necessária para o aumento da adoção da telemedicina, unindo os especialistas técnicos em telemedicina com os clínicos que devem usá-la. Em outubro de 2011, ele fará uma conferência de tecnologia médica ao lado da American Medical Association (Associação de Medicina Americana) entre os dias 16 e 18, em Boston. Um evento pioneiro do setor, a Conferência de Tecnologia Médica AMA-IEEE ajudará a estimular o entendimento mútuo entre os especialistas clínicos e técnicos que trabalham com essa questão.
Além disso, a Conferência Internacional da Sociedade de Engenharia de Medicina e Biologia (EMB) da IEEE (EMBC 2011), de 30 de agosto a 3 de setembro em Boston, terá diversas apresentações sobre os últimos avanços da telemedicina, incluindo tecnologias de saúde sem fio, cirurgias auxiliadas por robôs e gestão de informações de saúde.
A IEEE Standards Association, um grupo interno ao IEEE de estabelecimento de padrões reconhecido mundialmente, também está desenvolvendo ativamente padrões que contribuem com a telemedicina. A família de padrões IEEE 11073TM, por exemplo, permite a comunicação conjunta entre dispositivos médicos e sistemas de informática externos. Ela fornece a captura de dados eletrônicos detalhada e automática de informações de sinais vitais de pacientes e dados operacionais de dispositivos.
O mercado global de telemedicina já está passando por um momento importante e espera-se que cresça de US$ 9,8 milhões em 2010 para US$ 23 bilhões em 2015, uma taxa anual de crescimento composta de 18,6 por cento nos próximos anos, de acordo com a BCC Research. Pensando no futuro, os especialistas do IEEE esperam que diversas tecnologias tenham um papel importante para avançar a adoção da telemedicina, incluindo smartphones, sensores e instrumentações portáteis. Smartphones combinados com redes móveis de alta velocidade, por exemplo, podem ser usados para monitorar condições de saúde de maneira não invasiva, como níveis sanguíneos de glicose de pacientes diabéticos. Outros avanços em biossensores, tais como sensores de eletrocardiogramas mais confiáveis e duráveis que monitoram remotamente o risco de ataque cardíaco dos pacientes, também melhorarão significativamente a qualidade e o acesso à assistência médica com custos mínimos.
Essas inovações podem ser especialmente benéficas em países em desenvolvimento como a Índia, onde 70 por cento da população do país mora em áreas rurais, sendo que 90 por cento dos centros de assistência médica estão localizados nas áreas urbanas do país. "A população urbana sempre teve o benefício de assistência médica especializada", disse Dinesh Bindiganavale, integrante do IEEE e consultor independente de assistência médica. "A telemedicina está expandindo esse benefício à população rural e aumentando o acesso à assistência médica de qualidade onde ela é mais necessária."
Recursos e conteúdos multimídia adicionais do IEEE sobre telemedicina incluem.
– IEEE Spectrum – "Patients in ICUs Do Better With Telemedicine" (Pacientes em UTI melhoram com telemedicina) – http://spectrum.ieee.org/biomedical/diagnostics/patients-in-icus-do-better-with-telemedicine.
– IEEE.tv – "EMB AMA Medical Technology and Individualized Care" (Tecnologia Médica EMB AMA e Tratamento Individual) – http://www.ieee.org/portal/ieeetv/viewer.html?progId=124319.
– IEEE News Release: "Broader 4G Wireless Access Will Accelerate Economic Development and Improve Quality of Life in Rural and Developing Regions of the World, Say IEEE Wireless Experts" (Acesso à rede sem fio 4G mais amplo acelerará o desenvolvimento econômico e melhorará a qualidade de vida em regiões rurais e em desenvolvimento do mundo, dizem os especialistas do IEEE) – http://www.ieee.org/about/news/2011/16may_2_2011.html
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