Inteligência Artificial: desafios e necessidades de regulação

0

Vivemos um momento de extrema importância no desenvolvimento e implementação da Inteligência Artificial (IA). A discussão sobre os próximos passos dessa tecnologia está presente no nosso dia a dia, especialmente no que se refere à oferta de serviços, ao atendimento ao cliente e às finanças. A utilização massiva de dados, embora repleta de potencial, levanta preocupações relevantes.

Por isso, a regulação da IA é um tema delicado e essencial. Cada vez mais, as empresas que desenvolvem soluções de IA no Brasil e ao redor do mundo precisam estar cientes das responsabilidades que acompanham essa inovação.

A IA é tão eficaz quanto a base de dados que utiliza para aprender. Portanto, do ponto de vista profissional e empresarial, é essencial que essas informações sejam analisadas e utilizadas de maneira segura, evitando que a IA produza dados falsos ou imprecisos, também conhecidos como alucinações. Além disso, é importante que o conteúdo utilizado para alimentar a IA seja validado e livre de viés, para evitar situações indesejadas e/ou indevidas.

A regulamentação deve assegurar que as empresas utilizem conteúdos válidos e relevantes, limitados às suas fontes de dados (como por exemplo, artigos, base de conhecimento entre outros) impedindo que a IA se conecte a fontes não confiáveis na internet. A curadoria dos dados é crucial não apenas para garantir a precisão, mas também para definir o alcance desses dados. Por exemplo, se uma IA é incapaz de encontrar uma informação específica na internet, ela não deve inventar uma resposta apenas para satisfazer o usuário. Isso é fundamental no contexto empresarial, onde a precisão e a confiabilidade das informações são essenciais.

Embora algum tipo de regulamentação seja necessário, é igualmente importante que ela não iniba a inovação.

Regulamentações excessivas que limitem o uso de dados ou imponham restrições rigorosas à curadoria podem inviabilizar o uso da IA. A inteligência artificial é um diferencial importante na jornada do cliente, permitindo que as empresas forneçam informações de maneira mais inteligível e eficiente.

Na prática, a IA pode transformar a experiência do cliente ao oferecer informações de maneira mais acessível. Ao invés de apresentar um conjunto de artigos para que o cliente leia e compare, a IA pode fornecer um resumo claro e direto das informações relevantes. Por exemplo, ao buscar comparações entre cartões de crédito, a IA pode apresentar um texto detalhado das diferenças, em vez de uma tabela complexa.

Um dos grandes desafios da IA é traduzir informações técnicas em uma linguagem que seja facilmente compreendida pelo cliente. A tecnologia deve ser treinada para consumir esses conteúdos e traduzi-los de forma que qualquer pessoa possa entender. Isso exige que os modelos de IA estejam alinhados com o tipo de serviço que estão destinados a prover. Não faz sentido treinar uma IA em atendimento ao cliente se o objetivo é utilizá-la em suporte técnico.

O desenvolvimento e a implementação da IA são inevitáveis e extremamente benéficos para a sociedade. No entanto, a regulação precisa encontrar um equilíbrio entre garantir a segurança e a ética, sem sufocar a inovação. A IA pode revolucionar nossa interação com tecnologias e informações, desde que apoiada por dados robustos e regulamentação apropriada. O futuro da IA depende da nossa capacidade de gerenciar esses desafios de maneira responsável e inovadora.

André Fernandes, diretor de Pré-Vendas da NICE.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.