Para especialista, SMS é a forma mais eficaz para promover a 'bancarização'

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O uso do serviço de mensagem de texto (SMS) para transações financeiras pode ser a forma mais rápida e eficaz para que o Brasil possa promover a chamada bancarização da população de baixa renda. Essa é a opinião do superintendente de internet do Citigroup, Massayuki Fujimoto, que participou nesta quarta-feira (29/8) do seminário Mobilidade Corporativa, promovido pelas revistas TELETIME e TI INSIDE, em São Paulo.

De acordo com ele, o SMS hoje, além de eficaz para operações transacionais, tais como para o pagamento de contas, transferências eletrônicas de dinheiro, entre outras, é extremamente popular entre todas as faixas socioeconômicas da população. Uma amostra disso, segundo Fujimoto, é que somente no ano passado foram contabilizados cerca de 1 bilhão de SMS promocionais no Brasil. ?Considerando apenas dados da Yavox, o número de usuários únicos de SMS foi da ordem de 16 milhões, mas se levarmos em conta as demais integradoras de soluções para transmissão de dados por telefonia móvel esse número deve alcançar 22 milhões de usuários únicos.?

Apesar desses números exuberantes, ele chama atenção para o fato de que o uso de SMS pelos bancos no Brasil ser irrisório, por volta de 14 milhões. O baixo índice de uso dessa tecnologia pelas instituições financeiras pode ser verificado pelo Banco do Brasil, de longe o que mais investe em mobile banking hoje no país. No ano passado, o número de SMS usado em transações no BB foi de insignificantes 440 mil.

Segundo Fujimoto, o bancos brasileiros deveriam seguir o exemplo da África do Sul. Ele conta que o banco Wizzit, divisão dedicada exclusivamente à operação de mobile banking do South African Bank of Athens, oferece serviços à base da pirâmide do mercado, com uma operação rentável. Atualmente, mais de 500 mil sul-africanos usam o SMS para pagamentos, remessas e compra de créditos de serviços pré-pagos.

Outra instituição sul-africana, que oferece serviços móveis, com foco nos desbancarizados, desde 2005 é o First National Bank, no qual o celular já ultrapassou o internet banking em número de clientes atendidos.

O SMS é mais viável não apenas por sua popularidade, mas também por ser uma solução mais simples que o Wap, segundo Fujimoto. ?Na verdade, o Wap causou um certo desapontamento nos usuários por uma série de limitações?, diz ele, ao apontar problemas como a existência de apenas dois aparelhos preparados para o seu uso, o preço elevado do serviço e dos telefones, além da interface e performance ruins, quando a tecnologia foi lançada no ano 2000. ?Isso criou um certo estigma em relação ao Wap, embora ele hoje integre 60% dos celulares vendidos no país.?

Por isso, o executivo do Citigroup defende o SMS como a plataforma para mobile banking. Fujimoto diz que a única barreira existente hoje em relação a essa tecnologia é de caráter empresarial. Segundo ele, as operadoras de telefonia móvel, bancos e integradores precisam chegar a um modelo de negócio que viabilize o uso do SMS em larga escala.

Na opinião dele, os bancos precisam estabelecer uma relação de parceira com as operadoras e não tratá-las como simples fornecedoras, pois, do contrário, elas não terão interesse no negócio, já que as margens são muito pequenas. ?Os bancos não vão conseguir fazer isso sozinhos, nem tampouco as operadoras?, finaliza Fujimoto.

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