A Samsung esta interessada em adquirir o webOS, sistema operacional desenvolvido pela Palm, que foi adquirida pela HP em 2010, por US$ 1,2 bilhão, de acordo com fontes próximas ao assunto ouvidas pelo DigiTimes, site chinês especializado em tecnologia. A estratégia da fabricante coreana com a aquisição, segundo analistas, é se resguardar contra possíveis processos por quebra de patentes e, ao mesmo tempo, reforçar sua posição no mercado de mobilidade após a compra da Motorola pelo Google. Conforme as mesmas fontes, a Samsung, inclusive, teria contratado o ex-vice-presidente da unidade de PCs da HP. As empresas não quiseram comentar o assunto.
Por mais que o Google tenha afirmado que o Android permanecerá aberto a todos os fabricantes, a Motorola certamente "gozará de alguns privilégios" no uso do sistema operacional do Google por ser uma empresa do grupo. Além disso, a Samsung, que hoje tem instalado o sistema operacional do Google em grande parte de seus smartphones e tablets, ganharia mais autonomia com um sistema próprio para fazer frente a outros fabricantes, como a Apple, dona do iOS, e a Nokia, que firmou acordo com a Microsoft para o Windows Phone 7 Mango.
A fabricante coreana também tem sido alvo de diversos processos abertos pela Apple por quebra de patentes, sendo que grande parte deles envolvem licenças de software devido ao uso do Android. Com o webOS, a Samsung ganharia uma alternativa para enfrentar questões judiciais envolvendo propriedade intelectual.
O sistema operacional da HP não tem muita participação de mercado, liderado justamente pelo Android. Isso não significa, entretanto, que o webOS seja mal avaliado e não tenha boas perspectivas no médio prazo. Sua simplicidade e design agradável foram bem recebidos pelos parceiros da HP que o adotaram. O ponto fraco é a falta de suporte para aplicativos. Para analistas, um investimento nesse sentido poderia adaptá-lo e torná-lo um sistema de peso.
Um dos sintomas imediatos da falta de um sistema próprio e suas patentes é que a Samsung decidiu adiar o lançamento do Galaxy Tab 10.1 na Austrália para a semana do dia 26 de setembro por estar sendo acusada pela Apple por quebra de dez de suas patentes no seu tablet comercializado naquele país – as vendas do produto estão suspensas desde o dia 1º de agosto. "É importante notar que o tribunal não determinou nenhuma punição contra as vendas do Galaxy Tab 10.1, e a corte não tomou nenhuma decisão sobre isso na audiência desta segunda-feira, 29", destacou a Samsung em comunicado enviado à imprensa. A fabricante também afirmou que irá abrir um processo contra a Apple na Justiça Federal australiana. Ela alega que as patentes utilizadas para embasar a acusação contra o Galaxy Tab S10 não são válidas. Além disso, afirmou que irá entrar com uma segunda ação cruzada contra a Apple, "por violação de patentes de propriedade da Samsung no iPhone e no iPad".
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