O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou nesta quinta-feira, 29, durante evento em São Paulo, o programa Start-up Brasil, que receberá investimentos de R$ 40 milhões até 2015. O projeto faz parte do Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação — TI Maior, cujo objetivo é fomentar a indústria de software e serviços de TI no Brasil. No primeiro ano, serão investidos R$ 200 mil em pesquisa, desenvolvimento e inovação em cada nova empresa, que deverá apresentar resultados em até 12 meses para continuar recebendo suporte financeiro. A meta é selecionar 40 startups, no mínimo, em 2013, o que totalizará R$ 8 milhões em investimentos.
Segundo o secretário de Políticas de Informática do MCTI, Virgílio Almeida, o montante faz parte do orçamento planejado para o ministério, já garantido, independente de possíveis cortes no orçamento da pasta. Ele destacou que o objetivo do programa é fomentar a inovação e o empreendedorismo, com objetivo de posicionar o país como um player global de TI. “Queremos aumentar geração de produtos, embutindo o conhecimento e a especialização de certos setores da economia brasileira, bem como englobar ecossistemas digitais como óleo e gás, mineração, sistema financeiro e alimentação, áreas em que o Brasil é competitivo”, declarou Almeida. “Queremos também atrair talentos, por isso 25% das startups serão internacionais.”
Etapas do programa
O programa será dividido em duas fases, sendo que primeira selecionará até seis aceleradoras de startups, e a segunda envolverá um edital internacional para seleção de um conjunto de startups, que poderão escolher suas aceleradoras. O ciclo de aceleração durará de 6 a 12 meses, sendo que a primeira etapa ocorrerá no período de junho de 2013 a junho de 2014. O ponto de partida, dado nesta quinta-feira, envolve o lançamento do edital do processo de seleção das aceleradoras, que ficará no ar até 31 de janeiro. A partir daí, até 28 fevereiro, será feita a análise das propostas. No dia 1º de março, serão selecionadas as aceleradoras que elaborarão os editais para seleção das startups e, no dia 15 de março, será feita a publicação oficial das aceleradoras selecionadas.
Os critérios para seleção das aceleradoras incluem uma equipe e estrutura de qualidade e infraestrutura física e tecnológica, além de serem analisadas as metodologias dessas empresas, seu modelo de negócios e o histórico. "A proposta pode ser uma parceria público-privada [PPP], com participações eventuais de governos. Além disso, as aceleradoras precisam ter uma rede de investidores, parcerias estratégicas, relacionamento com academias, uma rede de mentores, experiência institucional e um ecossistema internacional”, destacou Alemida, ressaltando a meta de atingir o mercado internacional. Outras exigências que as aceleradoras terão de cumprir são o registro das startups já orientadas e motivação em empreender, com alinhamento a todo o programa TI Maior.
Internacionalização de startups
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, destacou que o programa TI Maior pretende atrair quatro centros de pesquisa e desenvolvimento e as aceleradoras são um mecanismo catalizador dessa iniciativa. “O programa Startup Brasil criará um ambiente propício e fortalecerá o setor com novas tecnologias. O país precisa de um ecossistema que sustente o crescimento e a maturação de startups tecnológicas e nossa expectativa é de surgimento de empresas competitivas e internacionalizadas”, declarou durante o evento.
A inciativa também abrange a estruturação de um polo (hub) internacional para atração de investimentos, apoio à captação de recursos de fundos internacionais de venture capital, além de contar a com a presença institucional do Brasil no Vale do Silício, sob a coordenação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex-Brasil, que fará a conexão das aceleradoras com possíveis investidores americanos ou a ponte entre empresas brasileiras que querem investir em empresas americanas. “O programa posiciona o Brasil globalmente, pois possibilita que grupos internacionais empreendam no país. Queremos atrair cérebros para o Brasil. É importante que as aceleradoras busquem inserção com aceleradoras de outros países”, destacou Almeida.
Durante o evento, o ministro Raupp e o presidente da Apex, Maurício Borges, assinaram o convênio de cooperação técnica entre o MCTI e a Apex. “Temos vários centos de negócios em vários países e neste programa começaremos com os Estados Unidos. Queremos expandir isso e contamos com um grupo de pessoas e gestores preparados pra essa iniciativa”, declarou Borges.