A Moody’s rebaixou nesta quinta-feira, 29, o rating de crédito da HP para Baa1, o que significa que a agência de classificação de risco avalia como reduzida as perspectivas para que a companhia consiga quitar sua dívida de longo prazo. De acordo com o jornal britânico Financial Times, a revisão da Moody's ocorreu antes de a HP anunciar o rombo de US$ 8 bilhões por conta da aquisição da empresa de software Autonomy.
A HP divulgou na semana passada um prejuízo de US$ 13 bilhões no ano fiscal de 2012, encerrado em 31 de outubro, e perda de US$ 6,8 bilhões no quarto trimestre. Durante a divulgação dos resultados financeiros, a CEO da HP, Meg Whitman, afirmou que a perda registrada no quarto trimestre fiscal é consequência de um prejuízo fiscal de US$ 8 bilhões devido principalmente a graves impropriedades contábeis da Autonomy. O caso gerou grande repercussão e na segunda-feira, 26, um acionista da HP moveu um processo contra a companhia por perda decorrente da compra da fabricante britânica.
Aparentemente, grande parte das preocupações citadas pela Moody's não estão relacionadas à aquisição da Autonomy nem às alegações da HP de impropriedades contábeis. A agência disse que o rating de crédito da companhia dificilmente será elevado novamente no ano que vem. "Embora a HP mantenha posições de liderança em várias áreas de produtos, o perfil de crédito da empresa permanecerá mais fraco do que o esperado no médio prazo", declarou o vice-presidente sênior da Moody’s, Richard Lane, completando que os negócios de PCs, servidores, impressoras e serviços, que respondem por mais de três quartos de suas receitas, enfrentarão crescimento lento ou inexistente nos próximos anos.
Lane prevê ainda que as receitas da HP tenham queda de 5%. A reestruturação da empresa e a falta de crescimento fez com que a Moody’s cortasse a previsão de fluxo de caixa livre no ano que vem, ficando entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões abaixo do previsto anteriormente. Apesar de ter cerca de US$ 11,3 bilhões em caixa e equivalentes de caixa e acesso a mais US$ 7,5 bilhões em linhas de crédito nos próximos anos, os vencimentos de sua dívida de US$ 5,5 bilhões no próximo ano e mais US$ 8,1 bilhões de débito até o fim de 2015 restringe a capacidade da companhia de fazer aquisições, o que pode ser necessário para manter a competitividade no mercado.