São apenas dois caracteres, mas mesmo quem não conhece nada sobre tecnologia e digitalização já ouviu, leu ou visualizou alguma notícia referente a eles. O 5G está chamando a atenção justamente pelo conceito que está por trás dessa expressão. Profissionais digitais, empreendedores e sociedade civil começam a se preparar para esta solução sem saber ao certo quando, de fato, estará em operação no Brasil.
Ao todo, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) recebeu 15 propostas e o leilão acaba de ocorrer durante a primeira semana de novembro de 2021. A expectativa é que até meados de 2022 a frequência já esteja em operação, pelo menos, nas capitais estaduais e municípios mais habitados do país para, a partir daí, ser expandido para os municípios com mais de 30 mil habitantes até 2029. Se bem implementada, a tecnologia tem a capacidade de aprofundar ainda mais a transformação digital, garantindo uma conexão jamais vista em nossa história.
Detalho algumas perguntas mais frequentes sobre o tema a seguir, com respostas para tentar ajudar a explicar como ele impactará realmente as nossas vidas.
1 – A que se refere a tecnologia 5G?
A tecnologia 5G nada mais é do que uma evolução tecnológica importante das atuais soluções de conexão e tráfego de dados que permitem que estejamos conectados à internet ou falando uns com os outros de maneira virtual, tanto pelas redes móveis quanto pelas redes fixas (conexões de banda larga doméstica ou empresarial).
Sua principal característica e vantagem é aumentar substancialmente a velocidade de tráfego de dados de um ponto a outro, que deverá chegar a ser pelo menos 20 vezes superior às atuais velocidades que usamos no 4G e tornará viável, por exemplo, fazer download de filmes completos em HD em poucos minutos, por exemplo.
Além disso, como a latência (tempo de resposta) também é bem mais baixa do que a observada atualmente no 4G, a proposta do 5G é de uma conexão rápida e eficiente que viabilizará a conectividade de diversos objetos à internet e entre si, como relógios, carros, edifícios e mesmo indústrias ou cidades inteiras.
Com a pandemia, percebemos ainda mais a importância da boa conectividade. Graças ao 4G em vigência, foi possível fazer videoconferências no trabalho remoto, assistir à série favorita no streaming e compartilhar arquivos pesados. Mas o 5G vai abrir um mundo novo de possibilidades, como realidade aumentada e maior velocidade de downloads e uploads – além de viabilizar a Internet das Coisas (IoT). Tudo o que puder ser conectado, será conectado.
2 – Quais mudanças o 5G trará na prática?
Vivemos em um período de aceleração digital provocada pelo avanço do novo coronavírus. Muitas soluções que eram restritas à ficção científica ganharam espaço nos últimos meses. Mas há outros projetos que dependem da grande velocidade do 5G para saírem do papel. O aprofundamento da telemedicina é um deles. Hoje, conseguimos participar de uma consulta virtual com o médico, mas somente com essa nova tecnologia de conexão vai ser possível realizar cirurgias remotas ou fazer diagnósticos e exames mais detalhados à distância, por exemplo, em escala massiva.
Os carros autônomos e a conectividade entre os objetos também dependem do 5G de forma geral. Somente o tráfego rápido de informações entre os sistemas é capaz de criar as conexões necessárias para este fim – permitindo fazer compras online no supermercado a partir de dados gerados pela própria geladeira, por exemplo! Serviços de entretenimento, como os streamings, e as transações financeiras digitais também devem crescer ainda mais.
A realidade virtual e a realidade aumentada, em conjunto com os sistemas conectados via 5G e IoT, transformarão completamente o mundo que hoje conhecemos e farão com que a distinção entre "virtual e físico" se torne cada vez mais difícil de perceber.
3 – Quais são as responsabilidades e contrapartidas do 5G?
O edital de licitação permitiu escolher as empresas que adquiriram o direito de explorar as quatro faixas de frequência estabelecidas para o 5G no Brasil (700 MHz, 2.3 GHz, 3.5 GHz e 26 GHz). É por meio delas que ocorre o tráfego de dados. Trata-se, evidentemente, de um negócio altamente estratégico tanto por parte do Governo Federal quanto da iniciativa privada.
Por isso, há contrapartidas que as empresas vencedoras do leilão deverão cumprir. Entre elas, estão a disponibilização do 5G nas capitais estaduais até julho de 2022; a garantia de oferta do 4G nas rodovias brasileiras; construção de uma rede privativa de comunicação para a administração federal; instalação de rede de fibra óptica, via fluvial, na região amazônica; levar internet móvel de qualidade às escolas públicas de educação básica; entre outras.
4 – O que muda na vida dos brasileiros?
O Brasil entrou tarde no universo do 5G. Alemanha, China, Coréia do Sul, Estados Unidos e Japão são alguns países que já adotam essa tecnologia no dia a dia. Mesmo assim, reforça a ideia de que a transformação digital é um caminho sem volta em nossa sociedade. Com a pandemia de covid-19, muitas empresas e consumidores precisaram se adaptar aos canais digitais. Daqui para frente, contudo, mais serviços devem migrar para o ambiente online.
A principal vantagem, evidentemente, é a maior agilidade na prestação de serviços públicos e privados, possibilitando mais eficiência para as organizações e maior produtividade aos colaboradores. Há, porém, o ônus: é preciso adequar toda a infraestrutura tecnológica das cidades, inclusive com troca da maioria dos celulares – que não foram desenvolvidos para captar a frequência do 5G. No fim, trata-se dos dois lados da mesma moeda com que aprendemos a conviver ao longo dos últimos anos.
Essa irreversível transformação cada vez mais fará parte de nosso cotidiano, de modo integral. Se hoje não concebemos uma vida sem conectividade e internet, muito em breve teremos dificuldades de entender um mundo sem altas velocidades de conexão e suas incríveis possibilidades em nossas famílias, carreiras e maneira de enxergar o mundo.
Fernando Moulin, business partner da Sponsorb.
Outra vertente do 5G é a revolução industrial (Indústria 4.0); ou seja, um foco empresarial e não apenas pessoal, além da maior velocidade e menor latência comuns nas evoluções anteriores e a conectividade das coisas (IoT). Exatamente por causa destas novas vertentes, se acredita que finalmente será conseguido o aumento de ARPU.
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