TV Digital: Fabricantes formam coalizão pró-DVB, de olho na mobilidade

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Seis empresas anuciaram nesta sexta, 27/1, a criação da Coalizão DVB Brasil – Sistema Brasileiro, Padrão Mundial.

As fabricantes Nokia, Philips, Siemens, STMicroeletronics, Rohde&Schwarz e Thales divulgaram apoio ao padrão DVB, alegando que "a escolha correta do padrão para televisão digital é de fundamental importância para o desenvolvimento da radiodifusão e para uma perspectiva positiva de política industrial auto-sustentável do setor nos próximos 50 anos".

Em um comunicado divulgado à imprensa, as empresas defendem que o DVB, por já ter sido adotado em mais de 50 países e com a migração ao sistema digital finalizada em alguns mercados, "é o único que pode provar as suas qualidades na prática".

Segundo Mario Baumgarten, CTO da Siemens no Brasil, a Coalizão pretende ajudar em uma discussão "mais ampla" sobre a TV digital. "Queremos nos colocar como uma voz na discussão que acontece no Congresso e na Casa Civil".

Para ele, o que deve ser discutido neste momento é o fortalecimento da indústria de mídia em um cenário de convergência e a tecnologia que melhor se adapta para garantir essa necessidade. E é neste segundo ponto, segundo Baumgarten, que a coalizão quer contribuir.

O executivo também bateu na tecla da economia de escala: "Em um país como o nosso, o ponto número um da discussão é o preço". Mas vai além da escala gerada apenas pela venda de set-top boxes. O executivo lembra que grande parte do valor agregado dos equipamentos está na micro-eletrônica, e "só um padrão global se beneficia de uma eocnomia de escala".

Como exemplo, Baumgarten usa a convergência da telefonia móvel com a televisão. Lembrando que a maior parte dos aparelhos celulares do Brasil são baseados em tecnologia GSM, ele questiona "em que países além de Brasil e Japão, existiriam telefones GSM/ISDB?" Para ele, provavelmente os celulares GSM/DVB terão um chip único. "E se não for assim, a bateria do celular não vai dar conta", diz.

Outro ponto que Baumgarten destaca, são os investimentos no País. Segundo ele, com o padrão ISDB, alguns poucos fabricantes japoneses "imperariam" no Brasil. Enquanto que "com um padrão global, empresas globais viriam para cá".

Convergência

Mario Baumgarten destaca que todo padrão tem que permitir a convergência, mas que o DVB é o único que não "coloca uma tranca" nessa convergência, podendo evoluir com o mercado. "Os outros padrões são ferrolhos", diz. Além disso, o DVB, segundo o executivo da Siemens, é o único padrão que "não pertence a nenhum player".

Assim, seria o único padrão no qual o Brasil poderia realmente atuar ajudando a definir sua evolução. Isso abriria portas para que a indústria e institutos de pesquisa pudessem trabalhar para um mercado global, oferecendo soluções a outros países emergentes.

Baumgarten criticou ainda o foco na alta definição, o que aconteceria com ambos os padrões concorrentes ao DVB. Apesar de o DVB permitir transmissões tanto em HD quanto em SD, o executivo diz que "o HD para o Brasil não é realista". Quanto à modulação, Baumgarten diz que "é apenas um detalhe".

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