No ano passado, foram comercializados 10 milhões de computadores no mercado brasileiro, o que representa um crescimento de 21,4% em relação a 2006. As vendas de desktops atingiram 8.071.000 unidades e as de notebooks 1.912.000, que correspondem a aumentos de 7% e 183%, respectivamente, em relação ao ano anterior, de acordo com pesquisa encomendada à consultoria IT Data pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Segundo o levantamento, o mercado ilegal de PCs no ano representou 35% das vendas, contra 65% do mercado formal. Os desktops ilegais atingiram 29,1% do mercado total, e os notebooks ilegais fecharam 2007, respondendo por 37% do mercado de portáteis. Conforme identificou a pesquisa, este número teria sido maior se não fosse o trabalho da Polícia Federal e da Receita no mês de dezembro, quando diversas lojas de componentes e, principalmente, de notebooks contrabandeados foram fechadas.
Mesmo diante desse cenário, o mercado oficial registrou recorde de crescimento em 2007, com elevação de 490%, de 2004 a 2007. Nesse mesmo período, o aumento foi de 145%.
De acordo com a IT Data, os desktops (com monitor) com preços abaixo de R$ 1 mil representaram 20% das vendas no quarto trimestre de 2007. O preço médio comercializado para o consumidor continua caindo e atingiu R$ 1.499. Na consolidação dos resultados, identificou-se que as pessoas físicas pagaram, em média, R$ 1.230 pelos desktops, enquanto o mercado corporativo pagou R$ 1.780.
O canal principal de vendas, segundo a pesquisa, continua sendo o varejo. Em 2006, as redes varejistas comercializaram 2,1 milhões de PCs, enquanto no ano passado responderam por 3,9 milhões de unidades, o que representou um crescimento de 85%.
A pesquisa identificou, junto a toda a cadeia (fornecedores, fabricantes e canais de comercialização), o impacto da chamada MP do Bem, que isentou os PCs de mesa de até R$ 2.500 e computadores portáteis de até R$ 3.000 do pagamento de PIS e Cofins. O benefício fiscal fez com que a arrecadação do governo também crescesse 22% em 2007 em relação ao mesmo período do ano anterior. Com o incentivo fiscal houve, ainda, uma redução de 14,1%, em 2006, para 12,6%, no ano passado, na alíquota de impostos arrecadados pelas empresas formais, o que se justifica pela elevação dos valores movimentados.
Para este ano, a IT Data prevê um crescimento de 14% do mercado total de PCs, porém, a Abinee, mais otimista, estima que o crescimento deverá ser de 17%, elevando para 11,7 milhões o número de computadores comercializados. Os notebooks deverão responder por, aproximadamente, 33% desse total, confirmando a tendência de busca pela mobilidade. ?Mantidas as condições de forte fiscalização por parte dos órgãos federais, especialmente para os notebooks, de desoneração fiscal e de financiamento aos consumidores, o mercado ilegal de PCs deverá cair ainda mais neste ano, ficando em torno de 29%?, avalia Humberto Barbato, presidente da Abinee.
Segundo a pesquisa, um dos fatores que pode inibir a redução do mercado ilegal de computadores é a demora de mais de 12 meses para a obtenção dos incentivos do PPB (Processo Podutivo Básico). Em decorrência disso, várias empresas, na tentativa de sair do mercado não oficial, não estão conseguindo atuar na formalidade.
Em 2007, a base instalada de PCs no Brasil chegou a 27 milhões de PCs, sendo 11,6 milhões no mercado residencial. Foram acrescentadas cerca de 5 milhões de novas unidades em relação a 2006, principalmente para atender as demandas das classes B e C, contribuindo para o aumento da inclusão digital.