ESG Forum debate as questões de descarbonização, matriz energética e economia circular

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A 3ª edição do ESG Fórum, promovida pela TI Inside, este ano ganhou um dia para cada tema: meio ambiente, social e a governança. Nesta segunda-feira, 30, o tema escolhido foi meio ambiente, com a realização de painéis de discussão sobre descarbonização, matriz energética e economia circular
Segundo projeção do Fórum Econômico Mundial, estima-se que até 2050, as alterações climáticas devem reduzir o PIB mundial em até 18%, um alerta para as empresas repensarem suas estratégias, pois se antes desenvolver ações sustentáveis era considerado algo opcional, atualmente, é essencial para a sobrevivência.
No primeiro painel sobre as Alterações Climáticas, Estevão Braga, diretor de Sustentabilidade da Ball América do Sul, disse que os  impactos no meio ambiente precisam ser acompanhados de mitigações  e substituí-los por esforços e diminuição das emissões de carbono na indústria, comércio e na sociedade.

Corroborando no mesmo sentido, Luiza Junqueira, sócia-fundadora da Straub Junqueira, empresa brasileira com foco no setor de construção civil,  salientou sobre a forma que este segmento impacta o meio ambiente nas emissões globais seja  por sua complexidade (insumos, matérias primas , canteiros e ciclo de vida complexo das construções), seja no consumo de energia e nas questões sociais, por isso a relevância de levar a prática mudanças no pensamento global, a fim de repensar este modelo que tanto impacta o mundo que vivemos.

Raphael Falcioni, sócio da consultoria Good Karma, responsável por conduzir investimentos nas áreas de Clima e Saúde, ressaltou que descarbonizar é urgente e já estamos em situação crítica que evolui muito rápido. Embora , como disse, estejamos na pauta global na questão ambiental como um todo, é preciso uma  coordenação de múltiplos países, a fim de especificar quais as reais dificuldades,  diante dos interesses de cada um, com o objetivo de buscar as melhores soluções dentro desse escopo ESG. E pontuou que, no  Brasil, com nossa energia limpa e renovável,  ainda carece de  políticas públicas mais transparentes e do reconhecimento da sociedade do problema e mesmo assim o Brasil é percebido pelos investidores mundiais entre os três com maiores possibilidades de  investimento dentro do cenário mundial.

Flora Damin, gerente de Relações com Investidores do Mercado Livre falou sobre as  parcerias estratégicas da empresa, desde os arranjos para mobilidade, uso de embalagens ecológicas, além das  iniciativas internas de redução de carbono. Segundo ela, um programa das pegadas de carbono, com compra de créditos para regeneração em outros biomas e  geração a longo prazo já está em curso na empresa com mais de RS$ 18 milhões investidos  e em parcerias com órgãos do setor,  a fim de renovar o bioma e gerar renda às comunidades, brasileiras e da América Latinas por meio desses projetos de troca de carbono de alto valor.

Matriz energética

A energia renovável  que tem conquistado cada vez mais espaço no cenário brasileiro. As novas tecnologias tendem a dominar o mercado de geração energética do Brasil nas próximas décadas.

Como disse  Alexandre Rodrigues Tavares, diretor de Gás, Energia e Novos Negócios B2B na Vibra Energia, o maior desafio das mudanças das matrizes energéticas por energia limpa  implica numa mudança estratégica para a sobrevivência.  "O cenário brasileiro é muito favorável neste sentido, seja pela produção de energia solar, eólica, bioelétrica e biomassa que já fazemos.  A transição em função do contexto local já teve aumentos expressivos de oferta, aliados à incentivos ao mercado livre de energia, segundo ele, um mercado maduro com projetos fundamentados de várias fontes e com muitos investimento", reforçou.

Marcelo Freitas, founder e CEO daa Prospera, evidenciou que a transição econômica  evolui junto com a mudança da matriz energética, assim como as formas de se utilizar a energia de um novo prisma.  Na sua empresa, fornece  ao SMB formas de descarbonizar suas utilizações energéticas por meio de plataforma, ou seja, por meio da tecnologia. Ele acredita  que a usabilidade, avanço econômico, social e tecnologia integrados podem fazer com que outras perspectivas do mercado energético do B2B e B2C sejam mais amplamente aceitos e usados.

Nelcina Tropardi, diretora de Jurídico, ESG, Relações Governamentais e Auditoria Interna na Dasa, maior rede de saúde integrada do país, demonstrou como a inflação de saúde em torno de 27%  hoje no Brasil, impactou na saúde durante a pandemia.  Diante da geração de dados em seu Big Data,  a fim de levar assistência  para gestão de saúde mais preditiva e preventiva, uma questão maior como ESG tornou-se  importante na empresa e para isso algumas  iniciativas importantes como unidades de saúde comprando energia no mercado livre ou a construção de mini usinas solares para abastecimento e um pipeline proativo nas mudanças climáticas  têm sido implementados dentro do segmento de saúde a fim de levar uma solução para garantir o acesso à saúde de forma ecológica, limpa e socializada.

Economia Circular

O último painel do dia sobre economia circular e resíduos sólidos desenvolveu abrangeu a evolução da política nacional de resíduos sólidos, de como destinar e quais as tecnologias e soluções que se fazem necessárias para as empresas que buscam a sustentabilidade de seu negócio.

Sergio de Carvalho Maurício, presidente da ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos, disse em sua apresentação que já existe uma mudança de sentimentos da sociedade diante de uma logística reversa sobre os resíduos descartáveis com uma visão mais ambiental e trabalhista, mitigando o impacto da cultura de descarte, a fim de não transferir a responsabilidade, mas assumindo-a. Aqueles que têm cultura da conservabilidade, como exaltou,  devem dar o exemplo, seja no governo, na indústria e na sociedade devem ter mais consciência  e precisam espalhar mais informação das formas de economia circular  a fim de  publicizar as formas mais sustentáveis de descarte e legado sustentável para as próximas gerações.

Ana Clara C. Rossetto, Gerente de Sustentabilidade na RD – RaiaDrogasil mostrou um outro aspecto importante no descarte consciente: o de medicamentos ( incluindo bulas e embalagens) que envolve diretamente  a saúde da população, projeto desenvolvido pela rede de farmácias do grupo .

Este programa já coletou 192 toneladas em 2022 por meio de coletores nas lojas da rede, retirados pela empresa com redução de emissões e descarte adequado. "Garantindo que os resíduos tenham uma melhor destinação, processo está sendo feito de ponta a ponta , até com a reciclagem das embalagens", disse a executiva.

Rodrigo Herzog, superintendente executivo de sinistros da Bradesco Seguros apresentou o projeto que envolve bens sinistrados, inclusos nos pilares de ESG da organização Bradesco. Como disse, capitaneando esses objetivos, a Bradesco Seguros possui um projeto chamado de Projeto Ecoassist que envolve o descarte adequado dos sinistros,  fomento à economia circular por meio microempreendedores, com apoio a decisão e aceitação que permite a precificação de riscos.  Somente em 2022 recolheu-se 132,4 toneladas de resíduos ou o equivalente a 14 milhões de reais. Para esse ano, a organização pretende  ampliar esse número e  recolher não só de sinistros mas também de insumos que o cliente deseja descartar (como já vem acontecendo), levar mais treinamentos para oficinas e outros envolvidos.  Outra meta, contou o executivo, é a destinação adequada de 400 toneladas para este ano, além de  ampliação de empregos, mais treinamentos e certificações à parceiros

O ESG Forum 2023, continua nessa terça-feira, às 9 horas, trazendo a segunda rodada de discussões sobre os objetivos sociais.

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