O mercado brasileiro de software e serviços relacionados movimentou US$ 15,01 bilhões no ano passado, um crescimento de 35% na comparação com 2007, quando o setor faturou US$ 11,12 bilhões. Com esse desempenho, o país se manteve na 12ª posição no ranking mundial de software, segundo levantamento encomendado à IDC pela Associação Brasileira das Empresas de Softwares (Abes).
Do faturamento total, US$ 5,07 bilhões vieram da venda de programas de computador e US$ 9,94 bilhões, de serviços relacionados a software, o que representa 1,68% e 1,725 da receita total do mercado mundial, respectivamente.
O presidente da Abes, José Curcelli, destaca o avanço no desenvolvimento nacional de software, que atingiu US$ 1,65 bilhão e foi responsável por 32,5% do total movimentado pelo segmento – os outros 67,5%, ou US$ 3,42 bilhões, foram provenientes de software desenvolvido no exterior. "Esse percentual de software de produzido localmente vem crescendo aceleradamente, basta dizer que em 2004 representava apenas 27% do total", frisa ele.
Já no que diz respeito a serviços relacionados a software, a situação é totalmente inversa. Dos US$ 9,94 bilhões movimentados pelo setor, US$ 9,69 bilhões, ou seja, 97,5% foram desenvolvidos no Brasil.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 340 milhões em licenças de software e serviços relacionados, um aumento de 8,6%. As exportações de software totalizaram US$ 82 milhões e a de serviços relacionados foram de US$ 258 milhões, aumento de 15,5% e 6,6%, respectivamente.
Para este ano, com base nos dados da IDC, a Abes projeta um crescimento de 9% para o segmento de software e serviços relacionados no Brasil, com um faturamento de cerca de US$ 16,36 bilhões.
Segundo Jorge Sukarie Neto, presidente do conselho da Abes, a expansão muito inferior da indústria nacional de software quando comparada com 2008 leva em consideração os impactos da crise mundial no setor. Ele ressalta que, de acordo com estudo realizado pela IDC no fim de 2008, as empresas devem reduzir em 21% os gastos com software de banco de dados, 22% com CRM, 23% com software de segurança e business intelligence (BI), 24% com pacotes de produtividade, 25% com sistemas operacionais, 26% com software de colaboração, e, por fim, diminuir em 26% os gastos com software de gestão empresarial (ERP).
Segundo o executivo, a IDC também reviu para baixo a projeção de gastos das empresas com TI no Brasil, que ficou em 5,7% na análise de março, ante previsão inicial feita em dezembro de alta de 14,5%. "Porém, a Abes acredita que esse mercado crescerá acima de dois dígitos, levando em consideração os resultados do primeiro trimestre", finaliza Neto.
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