Manter-se líder no segmento em que atua é um dos grandes desafios de toda empresa na atualidade. Mas, para que isso de fato aconteça, é preciso buscar a resposta para a seguinte pergunta: o que fazer para estar à frente da concorrência em um mercado cada vez mais complexo e mutável?
A partir desta provocação, uma palavra pode ser o ponto de partida para respondê-la: compliance. Para quem ainda não a ouviu, ela tem origem no verbo inglês "to comply", que significa cumprir, executar, agir de acordo com legislações, normas e regulamentos vigentes. E, embora muitas pessoas não saibam, ela faz parte do nosso dia a dia mais do que se possa imaginar.
O Código de Defesa do Consumidor, as regras que regulamentam a Segurança e a Saúde no Trabalho, as normas ISO, a legislação ambiental nas três esferas governamentais (municipal, estadual e federal) e todos os preceitos emitidos por agências e órgãos de regulação e fiscalização são alguns dos exemplos práticos de compliance.
No contexto organizacional, a expressão se propõe a ser uma vantagem competitiva justamente por fortalecer aspectos preventivos da gestão, atuando tanto no dia a dia administrativo quanto na promoção do que deve ser cumprido e respeitado. A prática, que tem grande destaque no mercado financeiro, contempla as práticas relacionadas à governança corporativa e ao gerenciamento de riscos. E vem se estendendo a diferentes segmentos públicos e privados.
Por estar diretamente ligado à gestão dos assuntos que envolvem a ética, missão e valores, o compliance busca o cumprimento de leis e políticas internas e externas e o apoio à implementação de novas metodologias. A sua adoção visa transformar princípios em atitudes, desempenhando um importante papel no fortalecimento dos processos de negócio.
Ele deve ser definido, estudado, conduzido e aprimorado de tal maneira que os riscos e as ameaças sejam monitorados, identificados, mensurados e suavizados. Tudo isso de forma estratégica e atrelado a um controle interno eficaz e eficiente.
No entanto, para que o processo de implementação do compliance tenha o êxito desejado, algumas orientações devem ser seguidas. São elas: conhecer a fundo as normas, estar atento ao cumprimento dos procedimentos internos e disseminar a cultura do respeito às regras, padrões éticos e de conduta moral da instituição; fazer o que é correto (em termos de comportamento institucional), sem a ocorrência de nenhum desvio; e preservar a imagem da empresa perante o mercado – isso é primordial para evitar impactos negativos à maneira como as pessoas veem e percebem o negócio, o que pode resultar na perda de rendimento dos colaboradores e o consequente declínio da base de clientes.
Todos, sem exceção, devem abraçar o compliance no ambiente corporativo. Afinal, um programa com este objetivo é de extrema importância para aprimorar os processos internos, promover a harmonia e contribuir para uma gestão transparente e responsável, que busca não apenas a conquista de resultados assertivos, mas, principalmente, a sua consolidação perante o mercado.
Juliana Ribeiro Soares, gerente de Compliance do pag!