A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) escolheu a aplicação do BIM (Building Information Modeling), que é uma metodologia que envolve hardware, software e profissionais, para gerar modelos tridimensionais com o máximo de detalhamento, e assim, reduzir desperdício de tempo e até investimento nas obras.
Já na fase de projeto, a tecnologia BIM possibilitou a concepção de um projeto construído em modelo parametrizado, que permite visualizar volumetria, estimar custos, quantificar e qualificar os materiais aplicados, observando e ajustando questões ambientais e outros itens de projeto. O pacote de software utilizado nesse processo inclui as soluções para Infraestrutura da Autodesk.
A companhia de trens metropolitanos criou internamente um núcleo BIM com cerca de 60 especialistas dedicados e que puderam começar a articular a metodologia, revisão de padrões e possíveis impactos. Ao longo do desenvolvimento dos cinco projetos de adaptação de acessibilidade em estações que foram elaborados internamente, entre os anos de 2016 e 2017, as equipes envolvidas adquiriram experiência e puderam aplicar na prática os conceitos aprendidos nas etapas anteriores de treinamento e projetos piloto.
Esses cinco projetos resultaram nas primeiras contratações de obra a partir de projetos desenvolvidos inteiramente dentro do Processo BIM na empresa, e as empresas contratadas para a realização das atividades terão que atualizar o modelo fornecido, no que está sendo chamado de "As-Built em BIM".
As obras das estações Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Mogi das Cruzes já foram concluídas, e as da estação Jaraguá iniciadas no final de fevereiro. Encontram-se em fase de contratação as obras para a estação Várzea Paulista.
"O projeto em BIM otimizou o nosso tempo gasto em pelo menos 30% do tempo. Além disso, não precisamos ir a campo com a mesma frequência de antes para fazer e refazer medidas, traçados e muito menos ter que interromper a circulação das pessoas. O que antes demorava cerca de 1 mês, agora conseguimos fazer em 1 ou 2 dias e com muito mais assertividade, já que podemos provisionar vários cenários", afirmou Eduardo Tavares, Gerente de Projetos da CPTM.
O BIM para infraestrutura de transportes tem sido uma realidade cada vez maior dentro do campo de desenvolvimento de projetos e construção, entre os principais benefícios estão os ganhos de agilidade, assertividade, qualidade e redução de custos, item significativo principalmente em grandes obras com custo elevado.
A modelagem da primeira etapa também poderá servir de base para outros projetos. Com o mapeamento feito, é possível fazer novos estudos para analisar áreas, impactos, desocupações, etc. "O BIM permite que as tomadas de decisões e estudos fiquem mais precisos. E assim é possível diminuir custos, já que a solução consegue antecipar possíveis falhas e evita obras desnecessárias, além de avaliar a compatibilidade dos projetos ao plano de implantação", completou Pedro Soethe, especialista técnico da área de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) da Autodesk no Brasil.
O próximo passo da CPTM é utilizar o BIM para o acompanhamento das obras. Para isso, alguns integrantes das equipes de obra já foram treinados ao longo do ano passado. "Estamos abrindo caminho para, num futuro não muito distante, introduzir o BIM para as áreas operacionais e de gestão de ativos", concluiu Eduardo.