Choque de ideias: como profissionais 50+ podem auxiliar a nova geração?

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O mercado de trabalho é formado por pessoas de diferentes crenças, pensamentos e claro, idades. Não seria diferente no setor de tecnologia, principalmente com o crescimento da área e do número de interessados nas oportunidades que o mercado tech possibilita.

Atualmente o mercado de trabalho divide-se principalmente nas seguintes gerações: os "baby boomer" (nascidos entre 1945 e 1964), a "geração X" (nascidos entre 1965 e 1980), os "Millennials" (nascidos entre 1980 e 1996), e a "geração Z" (nascidos entre 1997 e 2010).

De acordo com o IBGE, até 2030, o número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil vai ultrapassar o percentual de jovens e segundo o Ministério do Trabalho, o mercado de trabalho está acompanhando esta tendência: Em 2006, os profissionais 50+ representavam 12,6% do total, enquanto em 2020, este número saltou para 19%.

Visualizando este movimento, em que cada vez mais profissionais experientes estão presentes nos postos de trabalho, é natural que o choque de gerações aconteça com os ingressantes e profissionais que estão iniciando no mercado de tecnologia.

As pessoas com menos de 30 anos, nasceram em um mundo que estava iniciando o processo tecnológico que conhecemos hoje, tornando-se um local extremamente conectado, com auxílio da progressão de tecnologias, como o Big Data, Inteligência Artificial e IoT (Internet das Coisas).

Este contato constante com as tecnologias faz com que essa faixa etária de pessoas, e os mais jovens também, tenham ideias diferentes fora do ambiente de trabalho, mas também dentro dele, dos profissionais 50+. Cada geração, com certeza, possui suas características próprias, e também sua maneira de trabalhar, com os mais novos buscando um maior equilíbrio entre a vida pessoal e as responsabilidades enquanto colaboradores das empresas.

É importante que a geração que possui entre 20 e 30 anos entenda que a experiência é um ponto importante para a resolução não somente de problemas técnicos, mas também de situações do dia a dia. Claro que um jovem líder ou um jovem profissional pode exercer de maneira satisfatórias suas funções e impulsionar as empresas, mas o amadurecimento profissional traz também inúmeros benefícios.

As empresas também precisam ter esta visão de que apenas profissionais jovens podem alavancar seu negócio, mas que contar com a experiência de um profissional que passou por inúmeras situações em sua trajetória profissional também é importante para a construção de um ambiente equilibrado em prol do crescimento.

A interação entre as gerações mais novas e 50+, possibilita aos jovens entender "atalhos", e conhecimentos que apenas os mais velhos tem, com sua experiência e trajetória profissional, e isto é extremamente positivo não somente para o crescimento individual do colaborador mais jovem, mas também da empresa, que passa a ter profissionais com mais conhecimento para resolver problemas e situações.

Assim como os mais velhos têm sempre algo a oferecer, os mais jovens também podem contribuir, questionando, e até mesmo explicando conceitos mais recentes e atualizados para os 50+.

O futuro do mercado de trabalho, não somente o de tecnologia, está cada vez mais ligado à satisfação dos funcionários, e em ter esta mistura de profissionais jovens e com maior experiência, para pavimentar uma cultura de engajamento e constante troca de informações entre os colaboradores que propicie o crescimento de todos os envolvidos na equação do trabalho: funcionários e empresa.

João Gabriel, especialista de tecnologia.

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