A Superintendência da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo acaba de implantar um sistema de segurança eletrônico desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O sistema, segundo o IPT, usa sensores, hardware de processamento e aplicativos que vão permitir à Polícia Técnico-Científica controlar e monitorar eletronicamente a prova colhida na cena do crime. A tecnologia passou por testes no instituto e no próximo mês começam as experiências na polícia. O projeto foi financiado pela Motorola.
Vestígios coletados na cena do crime pelos peritos criminais continuam a receber o tradicional lacre de identificação. Quando entrarem no prédio da Polícia Científica receberão outro lacre, com uma etiqueta eletrônica (etiqueta com um minúsculo chip e antena conjugada) que grava informações e a sua identificação. Antenas de radiofreqüência (com leitoras de ondas de rádio acopladas) instaladas em locais estratégicos (portas de salas e nas unidades de perícia) captarão os sinais da etiqueta eletrônica e enviarão as informações para o software de um computador que fará todo o rastreamento da prova criminal.
Como a Polícia Científica tem a custódia da prova criminal, esse sistema serve para assegurar que os elementos de pesquisa pericial sejam preservados, garantindo sua idoneidade e identificação em todo o processo judicial, explica o coordenador da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, Celso Perioli. É responsabilidade da instituição a produção da chamada prova técnica ou prova pericial, mediante a análise científica de vestígios produzidos e deixados na prática de delitos.
Documentadas em laudos periciais, as provas representam a materialidade do ato criminoso e acompanham o processo judicial até sua conclusão. Em caso de dúvida sobre o ocorrido, são novamente examinadas à luz de outras hipóteses, não consideradas no exame inicial. Daí a importância do cuidado com os vestígios para que sirvam de evidências criminais para os órgãos de segurança pública.
?Esse sistema é importante porque faz o rastreamento e monitoramento em tempo real da prova para evitar extravios e permite acompanhar o andamento dela dentro da instituição e saber quem a manipulou?, esclarece Perioli. Com o novo sistema, é possível saber quando a prova chegou à polícia, qual o seu trajeto dentro da instituição, por quais laboratórios passou, quais análises foram feitas e quais pessoas a manipularam, acrescenta o pesquisador do IPT Alessandro Santiago dos Santos, um dos 20 técnicos que trabalham no desenvolvimento e instalação da nova tecnologia.
Com informações da Agência Imprensa Oficial.