As perdas por ações criminosas, como roubos e furtos, são uma das maiores preocupações dos varejistas, gerando prejuízos anuais que chegam à casa dos bilhões. A despeito de grandes empresas do setor investirem constantemente em vigilância e soluções de prevenção, episódios recentes de repercussão nacional, que envolveram arbitrariedade e excessos na abordagem, mostram que os protocolos de segurança precisam ser atualizados.
Em tempos de redes sociais, o prejuízo à imagem do varejista pode ser muito maior do que aquele gerado pelo delito em si. Para evitar danos maiores, é preciso uma revisão nas políticas e processos da empresa com relação ao tema, desde a percepção das equipes sobre o foco das ações de prevenção até a tomada de decisão quando uma ocorrência é identificada.
O "sorria, você está sendo filmado" há muito ficou para trás: soluções convencionais de câmeras e alarmes já não conseguem inibir a prática criminosa. Diante dessa nova realidade, as tecnologias de inteligência são capazes de oferecer mais subsídios para que os varejistas possam fazer o monitoramento e eventual abordagem com índice de acurácia muito maior.
Soluções como vídeo guiado por Inteligência Artificial e análise de comportamento, aliadas a dispositivos habilitados para RFID, permitem a captura de dados e oferecem visibilidade total para acompanhar todos os movimentos de um indivíduo, ou mesmo de um grupo de suspeitos, durante sua permanência na loja. Em estabelecimentos onde a prevenção é baseada em tecnologias de inteligência, as chances de erro na abordagem caem drasticamente.
Porém, não podemos esquecer de que estamos lidando com pessoas. É aí que entra o que chamamos de segurança humanizada, que subverte a pirâmide de valores. Antigamente, a ordem de importância dentro de uma organização trazia o patrimônio como principal valor, seguido por reputação e, por fim, pessoas. Com a segurança humanizada, temos uma inversão: as pessoas vêm em primeiro lugar, seguidas por reputação e patrimônio.
Ao adotar essa nova mentalidade com o apoio da tecnologia, os varejistas não apenas tendem a reduzir as perdas por roubos e furtos, consequentemente aumentando a lucratividade, como também podem evitar eventuais encargos com gerenciamento de crise e ações de processo.
Carlos Eduardo Santos, diretor de Novos Negócios da Sensormatic Solutions.