A inovação não pode pensada apenas no aspecto tecnológico, mas deve incorporar também questões econômicas, sociais, ambientais e culturais. Esta foi a conclusão dos participantes do seminário "Políticas públicas para incentivar a inovação no setor privado: uma agenda prioritária", que teve início nesta segunda-feira, 29, em Brasília.
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Elias, a inovação é tema central para o incremento econômico da América Latina e ferramenta indispensável para que os países se mantenham competitivos num mercado cada vez mais globalizado e disputado.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, destacou também os componentes culturais de cada país latino-americano para o processo de inovação. Na opinião dele, esse fator é importante na busca de um processo inovativo local sem uma forte preocupação de comparação e importação de modelos, "como se faz de forma equivocada, muitas vezes".
De acordo com empresários de vários setores e países da região presentes ao avento, o processo de inovação do setor empresarial latino-americano deve passar, entre outros canais, pela desburocratização por parte dos governos dos canais de acesso ao crédito e ao fomento das médias e pequenas empresas. Eles citaram também a necessidade de tornar mais ágil o acesso aos mecanismos econômicos que permitam destravar a aproximação entre os setores acadêmico e empresarial.
Também foi consenso a proposta de se buscar uma "marca" para os produtos latino-americanos, assim como a de se empenhar no reconhecimento de uma entidade certificadora de patentes no continente. Para os empresários, essas medidas facilitariam a participação das pequenas e médias empresas no processo de inovação e ao incentivo para se aumentar o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Eles também enfatizaram a necessidade de mais políticas públicas e de mecanismos governamentais que permitam um aumento do setor privado da parcela do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país no processo de inovação.
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