Em meio à crise enfrentada por causa dos suicídios funcionários ocorridos na fábrica da cidade de Shenzen, no sul da China, a Foxconn, fabricante de equipamentos eletrônicos em regime de terceirização, anunciou na terça-feira, 29, que prevê fechar o primeiro semestre com um prejuízo maior que os US$ 19 milhões registrados em igual período do ano passado.
Em comunicado, o presidente do conselho de administração da Foxconn, Chai Wai Leung, explica que a expectativa de perda decorre da "queda nos preços dos produtos, mudanças nos contratos de terceirização e aumento dos custo com depreciação". A companhia também anunciou a transferência de algumas de suas atividades da fábrica de Shenzen, como a produção de celulares, para uma nova unidade na cidade de Langfang, na província de Hubai, no norte da China, para "distribuir melhor" as diferentes demandas que recebe.
O leslocamento da linha de montagem de celulares tem sido visto por observadores do mercado como uma forma da empresa impedir que a crise se agrave ainda mais, evitar investigações trabalhistas e reduzir custos relacionados à mão de obra. Eles dizem que os funcionários da unidade de Shenzen, revoltados com as condições de trabalho a que são submetidos, têm exigido aumentos salariais e medidas para melhoria da qualidade de vida.
De acoro com o banco de investimentos Morgan Stanley, com a previsão de aumento no prejuízo no primeiro semestre, as ações da Foxconn na bolsa de valores de Hong Kong (HKSE) chegaram a cair 8,9% e fecharam na terça-feira, 29, com desvalorização de 6,9%. Com informações do The Wall Street Journal, Financial Times e do jornal estatal chinês Xinhua.
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