A Sony anunciou nesta terça-feira, 30, que vai vender títulos de dívida com o objetivo de levantar 440 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 3,6 bilhões) para financiar um aumento na capacidade de produção de sensores de imagens usados em smartphones. A oferta de títulos, que terá os bancos JP Morgan Chase, Morgan Stanley e o grupo financeiro japonês Nomura Holdings como consultores, é a primeira feita pela Sony desde 1989.
O CEO da companhia, Kazuo Hirai, está se concentrando nos segmentos de sensores de imagem, jogos e entretenimento para retomar o crescimento da Sony, que prevê alcançar seu primeiro lucro anual em três anos. A empresa disse que está quadruplicando o investimento em semicondutores para 290 bilhões de ienes neste ano para aproveitar a crescente demanda de sensores utilizados em smartphones da Apple e Samsung. A expectativa é de elevar em 62% as vendas de sensores de imagens nos próximos três anos, para 1,5 trilhões de ienes.
No entanto, a venda de títulos mostra incompatibilidade com as expectativas do mercado, na opinião do diretor de investimentos da SBI Asset, Yasuaki Kogure, em depoimento à Bloomberg. "A quantidade que eles estão levantando não corresponde ao tipo de crescimento que vemos em sensores de imagem", afirmou.
De fato, a notícia não agradou Wall Street. As ações da Sony abriram o pregão da Nasdaq nesta terça-feira, em queda de 5,6%, valendo US$ 28,64, que se acentuou no decorrer da tarde atingindo pico de US$ 28,32 às 16h30 (horário de Brasília), com recuo de 6,7%. Os papéis encerraram o pregão valendo o mesmo que no fechamento do dia anterior, US$ 30,36.