Três razões pelas quais 90% das empresas de e-commerce quebram em quatro meses e como evitá-las

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No ano passado, mais de 10 milhões de latino-americanos fizeram sua primeira compra online, impulsionando o crescimento acelerado do comércio eletrônico na região. No entanto, apesar desse potencial promissor, a realidade é que a maioria das empresas de e-commerce enfrenta grandes dificuldades e 90% delas acabam fechando as portas em apenas quatro meses. Esses dados alarmantes revelam um cenário desafiador que precisa ser compreendido e superado. No Brasil, 61% dos consumidores preferem a internet em relação às lojas físicas, segundo a pesquisa E-Commerce Trends 2023.

No entanto, o continente ainda está longe dos parâmetros dos mercados mais desenvolvidos. O volume de vendas online em toda a região da América Latina chega a apenas 20% do total no varejo. No Brasil, a receita do e-commerce chegou a R$ 169 bilhões em 2022, enquanto o tíquete médio do consumidor passou de R$ 450, em 2021, para R$ 460 no ano passado, segundo a ABComm. Para este ano, o faturamento do comércio eletrônico em 2023 no Brasil será de R$ 185,7 bilhões, segundo estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Por outro lado, há preocupação no setor.

O mesmo levantamento revela que as vendas totais registradas no e-commerce brasileiro atingiram a marca de R$ 40 bilhões no primeiro trimestre de 2023, representando uma queda de 4,3% em relação ao período anterior. O estudo da associação aponta ainda que as expectativas para os próximos quatro anos também são crescentes. Segundo a ABComm, a expectativa de receita é de R$ 205 bilhões em 2024 e R$ 225 bilhões em 2025. Para 2026 e 2027, a estimativa é de R$ 248 bilhões e R$ 273 bilhões, respectivamente.

Neste artigo, discutiremos as principais razões por trás desse alto índice de falência e compartilharemos estratégias para evitá-lo.

A primeira razão para o alto índice de falência é o aumento da concorrência. Desde a pandemia, o comércio eletrônico cresceu exponencialmente na América Latina com marketplaces de terceiros, em particular, dominando grande parte do espaço de compras online da América Latina. Os dois maiores sites da região, Mercado Livre e Amazon, são responsáveis por 836,7 milhões de visitas mensais apenas de consumidores latino-americanos, com muitos mercados terceirizados registrando crescimento de dois a três dígitos desde a pandemia. Para sobreviver nesse ambiente altamente competitivo, os comerciantes precisam estar bem-informados sobre o mercado, seus concorrentes e os produtos de sucesso. O uso de ferramentas pode ajudar os comerciantes a identificar nichos de rápido crescimento com níveis de concorrência mais baixos.

A segunda razão para o fracasso das empresas de e-commerce está relacionada à má otimização das páginas de produto. A experiência do cliente na página do produto desempenha um papel fundamental na decisão de compra. Para converter visitantes em compradores, é necessário oferecer uma experiência envolvente e personalizada. Por isso, é necessário desenvolver uma solução que utiliza inteligência artificial para aumentar o engajamento na página do produto. Por meio de questionários interativos, os clientes são guiados para encontrar o produto que melhor atenda às suas necessidades. Essa abordagem tem se mostrado eficaz, resultando em taxas de conversão mais altas. O foco na otimização da página do produto é uma prioridade para obter sucesso no comércio eletrônico.

A terceira razão para a falência das empresas de e-commerce é a falta de conhecimento profundo sobre o público-alvo. A dinâmica do cliente está mudando em um ritmo sem precedentes; quase um em cada cinco brasileiros (19,3%), por exemplo, admite fazer "compras por impulso" pelo menos uma vez por semana, online. Ser capaz de rastrear e responder a essas oportunidades tornou-se fundamental. Ferramentas que utilizam inteligência artificial e aprendizado de máquina para identificar padrões e correlações no comportamento do consumidor, permitem que os comerciantes personalizem suas ofertas e promoções de acordo com as preferências do público-alvo. A compreensão profunda do cliente e a capacidade de resposta são cruciais no mercado de comércio eletrônico altamente competitivo de hoje.

Para ficar à frente da concorrência e evitar as razões pelas quais a grande maioria dos novos negócios de comércio eletrônico não dá certo, os comerciantes devem fazer o possível para:

1) Buscar insights de mercado para identificar e destacar suas vantagens competitivas.

2) Tratar a página do produto como o ponto crucial para os negócios: é onde a decisão de compra é tomada, portanto, otimizar é uma prioridade para vender bem.

3) Conhecer seu cliente é crucial, e você não pode conhecê-lo verdadeiramente a menos que tenha insights de mercado em tempo real.

Max Zagrebin, CEO da Sellesta.

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