Considerada a principal fornecedora de software de gestão de tesouraria global e a terceira no mercado de gestão corporativa, com vendas superiores a US$ 2,2 bilhões e mais de 6 milhões de clientes, a franco-britânica Sage XRT enfrenta agora o desafio de ingressar no mercado de médias empresas, com faturamento entre R$ 100 milhões e R$ 500 milhões.
Segundo o presidente da empresa para o Brasil e a América Latina, Thierry Giraud, a previsão é de que o faturamento do setor de médias empresas da Sage XRT deverá duplicar em três anos no Brasil. A previsão de crescimento global da companhia, que deve divulgar o balanço trimestral nos próximos dias, é de 13% para este ano.
Para esse novo desafio, a companhia anunciou também que o francês Guy Berruyer substituirá o britânico Paul Walker no cargo de CEO a partir de outubro. Atual diretor de operações da empresa para a Europa Continental e Ásia, Berruyer está na Sage XRT há 13 anos. Walker deixa o cargo oficialmente em 30 de setembro, mas permanecerá na empresa até 1º de dezembro, colaborando com o processo de transição.
Brasil
Tradicionalmente, a Sage XRT fornece sistemas para corporações com receita média acima de R$ 1 bilhão, mas para atender o segmento de média empresa, a companhia concluiu no início do ano o desenvolvimento de novas versões da sua solução (Universe WEB), que tem como carro-chefe os módulos de gestão de caixa e gestão de operações financeiras. Desde janeiro deste ano, cinco contratos foram fechados dentro do novo segmento, segundo Giraud, que serviram como piloto para a versão que é agora 100% web.
A empresa também criou uma divisão de vendas indiretas e abriu vários canais no país, por meio de parcerias, que atenderão exclusivamente esse segmento de médias empresas. Com as alianças, a companhia também planeja ampliar sua presença geográfica, trabalho que começou a ser feito em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Dentro de dois anos, esses mercados deverão responder por 25% e 35% das novas licenças comercializadas, respectivamente, segundo o executivo. O próximo passo é o Nordeste, região em que fechou recentemente seu primeiro contrato (Grupo Edson Queiroz), e Porto Alegre (RS), onde possui alguns clientes.
"A meta é chegar a todos os estados. Para isso, considerando os investimentos para implantação de filiais, a parceria é a melhor estratégia", afirma Giraud. Ele prevê que dentro de três anos as alianças deverão responder por 50% das novas licenças comercializadas.
Embora os negócios no Brasil e na América Latina, região em que atua por meio de parceiros, ainda tenham participação pequena no faturamento global, no ano fiscal de 2009, o resultado operacional da subsidiária crsceu 25%, contra a retração de 4% registrada pelo grupo no mundo, revela Giraud.
O grupo Sage desembarcou no Brasil em 2008 para atacar o mercado da América Latina, após consolidar a compra da francesa XRT, presente no mercado brasileiro desde 1996. Atualmente, a compania conta com mil clientes, entre eles Vale, McDonald´s, Construtora Odebrecht, Fiat e Editora Abril.
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