A indústria gaúcha conta a partir desta segunda-feira, 30, mais um canal para buscar orientações ou trocar informações e experiências sobre investimentos em inovação. Trata-se do Comitê Empresarial e do Núcleo Estadual da Inovação, cuja tarefa será reforçar a articulação dos empresários, orientar e capacitar as empresas em projetos e atividades inovadoras. O comitê e o núcleo também buscarão o diálogo com o governo para a construção de políticas públicas de apoio ao desenvolvimento tecnológico.
"A inovação requer um movimento articulado entre as universidades, as empresas e o governo", disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, durante o lançamento do comitê empresarial e do núcleo gaúchos. A solenidade, na sede da entidade, em Porto Alegre, contou com a participação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, do secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Elias, e do diretor de Operações da CNI, Rafael Lucchesi, empresários e líderes industriais e representantes da academia do estado.
De acordo com Rafael Lucchesi, a instalação do comitê empresarial do Rio Grande do Sul marca o início de uma ação que se ampliará para os demais estados. "Os comitês empresariais e os núcleos estaduais terão um papel importante na mobilização das empresas em torno da inovação", afirmou. Vinculados às federações de indústrias dos estados, os comitês e os núcleos estaduais são uma iniciativa da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), movimento criado pela CNI para incentivar o desenvolvimento tecnológico das empresas.
A previsão da CNI é criar mais cinco comitês estaduais ainda neste ano e expandir a iniciativa para todo o país a partir de 2011. Além do Rio Grande do Sul, devem implantar o comitê em 2010 Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco. Os comitês estaduais orientarão o trabalho dos núcleos de inovação.
Durante o evento, Luciano Coutinho lembrou que, superada a instabilidade econômica que marcou a trajetória do Brasil nos anos 80 e 90, os empresários encontram um ambiente mais favorável aos investimentos em inovação. Segundo ele, a inovação terá um papel decisivo no desenvolvimento do país.
"A fronteira da inovação é a busca contínua da produtividade", disse Coutinho. E explicou: os ganhos de produtividade permitem ampliar a oferta, sem aumentar os preços. Com isso, é possível manter a estabilidade e elevar o poder de compra dos salários.
Acrescentou ainda que só a inovação permite que o país conquiste mercados importantes e diferencia as empresas diante de seus concorrentes. "Quem fica parado na corrida da inovação perde espaço. È inovar ou perecer", concluiu o presidente do BNDES.
Para o secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, a inovação é elemento importante da agenda estruturante do país. "A inovação gera mais e melhores empregos, dá competitividade às empresas, soluciona demandas da sociedade e reduz a vulnerabilidade externa das nações", disse Luiz Elias.
O Comitê de Inovação do Rio Grande do Sul é coordenado pelo empresário Ricardo Felizzola, presidente da HT Mícron e do Conselho de Inovação e Tecnologia da Fiergs. Integram o comitê os empresários Aderbal Fernandes Lima, diretor-executivo da Novus Produtos Eletrônicos; André Bier Gerdau Johannpeter, presidente da Gerdau S.A; David Randon, diretor-presidente da Randon S.A Implementos e Participações; Humberto César Busnello, diretor da Toniollo, Busnello S.A; José Antônio Martins, conselheiro de Administração da Marcopolo; Luiz Francisco Gerbase, presidente da Altus Sistemas de Informática; Marcus Coester, vice-presidente da Coester Automação; Mathias Elter, diretor-superintendente da TMSA, e Nestor Perini, diretor-presidente da Lupatech.
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