Dilema humano da gestão de segurança: rápido ou técnico?

0

Quando estamos sentados na cadeira de executivo de segurança e vamos rever a estratégia de defesa, a mesma pergunta sempre vem a tona: vale mais conhecer profundamente tecnicamente ou ser mais rápido em reagir?

É a decisão de arriscar para que fosse dado os primeiros movimentos de um jogo de xadrez para todo o campeonato onde tomar essa decisão errada e desalinhada com seu negócio, pode custar não só uma peça, mas o jogo inteiro.

Mas por onde vamos começar a rabiscar sobre esse dilema?

Quanto vale hard skills?

Para falar a verdade, e vou contar algo aqui e bem baixinho pois terá muita gente ferida em se reconhecer e assumir isso: o mesmo frio na barriga de ansiedade que sentimos quando estamos candidatos de alguma vaga em uma mega empresa bem no meio da entrevista, o gestor também sente quando vê que o candidato possui conhecimento técnico de sobra, habilidades e está mega motivado.

É aquela sensação mista de: (A) acabaram os problemas técnicos pois terei alguém para contribuir diretamente e ensinar os demais e, (B) caso tenha um incidente, será um mais fácil conter e erradicar ataques mais complexos! Sweet dreams!

Por outro lado, a morosidade e a sobrecarga de paciência

A morosidade e a sobrecarga de paciência podem ser prejudiciais na segurança cibernética.

Atrasar ações diante de uma vulnerabilidade zero-da ou mesmo durante um ataque pode causar um prejuízo irreversível, quando bom, pouco. Na cibersegurança, a paciência não deve se confundir com inércia; é crucial ser proativo e ágil, agindo rapidamente para proteger a organização e evitar que ameaças evoluam para situações catastróficas.

Mas, como equilibrar?

A questão, porém, não é escolher entre conhecer mais ou ser mais rápido, mas sim encontrar o equilíbrio certo entre esses dois elementos.

Ser rápido sem conhecimento é se gabar de multiplicar 8 x 7 em 0,003s porém responder 55. Inútil!

Ter conhecimento sem velocidade é calcular a progressão do fogo e a temperatura do incêndio em celsius e em fahrenheit enquanto os cabelos estão em chamas. Também, pouco positivo!

Na defesa cibernética, a rapidez sem o conhecimento leva a decisões precipitadas e a potenciais falhas na resposta a incidentes.

Por outro lado, todo o conhecimento do mundo não adianta se não houver rapidez para aplicar essa sabedoria em tempo real.

E o que eu acredito?

Não existe receita de bolo e nem bala de prata: cada empresa tem seu modelo e seu apetite ao risco.

Mas, vou deixar aqui minha sincera, humilde e opinião pessoal: foque em pessoas ágeis e com alta energia e foco.

Um funcionário ágil vai entrar em campo de batalha rápido e terá energia o suficiente para brigar e aprender ao mesmo tempo!

Ou seja, enquanto de um lado tem muito especialista falhando enquanto debruça a sua inércia sobre os certificados já recebidos, do outro lado tem uma quantidade enorme de gente explodindo de energia, aprendendo em cada ataque, de peito aberto.

Valorizo o conhecimento, e muito… mas na livraria ou na estante do especialista, sem energia aplicada, um livro é só um livro.

E você: prefere um livro parado ou um aprendiz em movimento?

Felipe Thomé, CISO da Dfense Security e co-apresentador do O tal do hacking.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.